ATA DA VIGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA
SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 10-4-2014.
Aos dez dias do mês de
abril do ano de dois mil e quatorze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Dr. Thiago, Elizandro Sabino,
Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, Kevin Krieger,
Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mario Fraga, Paulinho Motorista, Paulo
Brum, Pedro Ruas e Professor Garcia. Constatada
a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato,
Alberto Kopittke, Alceu Brasinha, Delegado Cleiton, Engº Comassetto, João
Carlos Nedel, João Derly, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu
D'Avila, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal.
À MESA, foram encaminhados:
o Projeto de Lei do Legislativo nº 045/14 (Processo nº 0542/14), de autoria do
vereador Alceu Brasinha; o Projeto de Lei do Legislativo nº 073/14 e o Projeto
de Resolução nº 062/13 (Processos nos 0736/14 e 3505/13,
respectivamente), de autoria do vereador Clàudio Janta; e o Projeto de Lei do
Legislativo nº 021/14 (Processo nº 0343/14), de autoria do vereador Professor
Garcia. Também, foi apregoado o Ofício nº 041/14, firmado pelo vereador
Professor Garcia, presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, informando
que o vereador Mauro Pinheiro representará externamente este Legislativo, hoje,
na solenidade de Divulgação dos Editais de Pólos, Parques e Incubadoras
Tecnológicas e Indústrias Criativas, no Salão Negrinho do Pastoreio do Palácio
Piratini, em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram Ofícios do Fundo Nacional
de Saúde do Ministério da Saúde, emitidos nos dias trinta e um de março, dois,
três e sete de abril do corrente. Durante a Sessão, foram aprovadas as Atas da
Décima Segunda, Décima Terceira e Décima Quarta Sessões Ordinárias e da
Primeira Sessão Extraordinária. A seguir, o Presidente registrou o
COMPARECIMENTO, neste Legislativo, do capitão-de-fragata Carlos Henrique de
Lima Zampieri, titular da Delegacia da Capitania dos Portos em Porto Alegre,
concedendo a palavra a Sua Senhoria, que discorreu sobre os laços
institucionais que unem a Marinha do Brasil, por meio da Delegacia da Capitania
dos Portos, e a Câmara Municipal de Porto Alegre. Após, o Presidente concedeu a
palavra aos vereadores Elizandro Sabino, Tarciso Flecha Negra e Kevin Krieger e
à vereadora Lourdes Sprenger. Em prosseguimento, o Presidente concedeu a
palavra, para considerações finais, ao capitão-de-fragata Carlos Henrique de
Lima Zampieri. Ainda, o Presidente concedeu a palavra à vereadora Sofia
Cavedon. Na oportunidade, foi apregoado Requerimento de autoria da vereadora
Lourdes Sprenger, solicitando renovação da votação da Emenda nº 01 aposta ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 006/14 (Processo nº 0149/14). Os trabalhos
foram suspensos das quinze horas e quatro minutos às quinze horas e cinco
minutos. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Alberto Kopittke, em
tempo cedido pela vereadora Fernanda Melchionna, e Mario Fraga e a vereadora
Sofia Cavedon. Na ocasião, foi constatada a existência de quórum, em
verificação solicitada pelo vereador Tarciso Flecha Negra. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Valter Nagelstein, Mônica Leal, Sofia
Cavedon, Valter Nagelstein, Tarciso Flecha Negra, Clàudio Janta e Sofia
Cavedon. Em prosseguimento, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador
João Carlos Nedel, deferido pelo senhor Presidente, solicitando a retirada de
tramitação da Emenda nº 04 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo
nº 010/13 (Processo nº 2495/13). Também, foram apregoadas as Emendas nos
11, de autoria da vereadora Mônica Leal, Líder da Bancada do PP, e 12, de
autoria do vereador Tarciso Flecha Negra, Líder da Bancada do PSD, ao Projeto
de Lei Complementar do Executivo nº 010/13 (Processo nº 2495/13). A seguir,
foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Presidente,
solicitando autorização para representar externamente este Legislativo: de
autoria da vereadora Séfora Mota (Processo nº 0926/14), do dia de hoje ao dia
doze de abril do corrente, na REATECH – XIII Feira Internacional de
Reabilitação, Inclusão, Acessibilidade e Paradesporto –, no Município de São
Paulo – SP –; e de autoria do vereador Valter Nagelstein (Processo nº 0868/14),
do dia vinte e três ao dia vinte e seis de abril do corrente, no 8º Seminário
de Políticas Públicas Municipais e Regionais, no Município de Bagé – RS. Ainda,
foi apregoado o Memorando nº 010/13, de autoria da vereadora Sofia Cavedon,
deferido pelo Presidente, solicitando autorização para representar externamente
este Legislativo, ontem, no Seminário Educação e Gênero, no Centro de
Referência da Mulher, no Município de Bagé – RS. Em GRANDE EXPEDIENTE,
pronunciaram-se a vereadora Lourdes Sprenger e o vereador Marcelo Sgarbossa. Em
PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, estiveram os Projetos de Lei do
Legislativo nos 316 e 344/13 e 016, 036 e 041/14, os Projetos de Lei
do Executivo nos 015 e 016/14, o Projeto de Resolução nº 009/14. Durante a Sessão, o vereador João Derly
manifestou-se acerca de assuntos diversos. Também, foram registradas as
presenças, neste Plenário, dos vereadores Valter Lemos Junior e Victor Fernando
Souza, da Câmara Municipal de Campo Bom – RS –; do capitão-de-corveta Ricardo
Paulo Mattos, da capitã-de-corveta Joana Santos da Luz, dos capitães-tenentes
José Carlos Costa e Darcy Dalboh, das tenentes Laila Freitas de Müller e
Verônica Santo, dos tenentes Tiago Parodes de Freitas e Marcelo da Silva Braz e
do capitão-de-fragata Darwin Sanches Fernandes. Às dezesseis horas e quarenta e
seis minutos, o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os
vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Professor Garcia e Delegado
Cleiton e pela vereadora Lourdes Sprenger e secretariados pelo vereador
Guilherme Socias Villela. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação as Atas disponíveis nas pastas do
correio eletrônico: Atas da 12ª a 14ª Sessões Ordinárias e da 1ª Sessão
Extraordinária. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADAS.
Hoje temos o
comparecimento do Sr. Carlos Henrique de Lima Zampieri, Capitão de Fragata, titular da Delegacia da Capitania dos Portos em
Porto Alegre, que tratará do estreitamento de laços institucionais entre a
Marinha do Brasil, por meio da Delegacia da Capitania dos Portos, e a Câmara
Municipal de Porto Alegre. É um prazer tê-lo aqui nesta Casa.
O Sr. Carlos
Henrique de Lima Zampieri está com a palavra.
O SR. CARLOS
HENRIQUE DE LIMA ZAMPIERI: Excelentíssimo Sr. Ver. Professor Garcia, em nome
de quem eu cumprimento todos os membros desta distinta Casa. Agradeço, em nome
da Marinha do Brasil e da Delegacia da Capitania dos Portos aqui em Porto
Alegre pela oportunidade ímpar que está sendo dada para que nós conversemos um
pouco sobre o que é a Marinha aqui em Porto Alegre, quais são os papéis desempenhados
em detalhe pela autoridade marítima representada pelas capitanias, delegacias e
agências, e alguns pontos que são recorrentes, como principalmente a segurança
na navegação e também a situação sobre o aspecto da autoridade marítima das
hidrovias no Guaíba, do catamarã CatSul, do BarraShopping, e desses novos
terminais.
(Procede-se à apresentação em PowerPoint.)
O SR. CARLOS
HENRIQUE DE LIMA ZAMPIERI: A nossa Delegacia da Capitania dos Portos em Porto
Alegre se assemelha em muito à história da Cidade. Nós somos uma instituição
que se encontra na Capital deste Estado há 166 anos. E, nesses 166 anos de
existência, sempre visando a três aspectos básicos da nossa necessidade e da
nossa razão de ser, que são: a segurança da navegação, a prevenção à poluição,
e a salvaguarda da vida humana nas águas.
Falando um pouquinho de Marinha, todas essas
atividades que aí se encontram são as atividades desempenhadas pela Marinha do
Brasil em qualquer tempo. Eu circulei ali, em vermelho, a principal que nós desempenhamos
aqui no Rio Grande do Sul, no ramo das capitanias, delegacias e agências, qual
seja, a patrulha naval, a inspeção naval. A garantia para todos os cidadãos
dessa segurança da navegação, dessa salvaguarda da vida, dessa prevenção à
poluição em nossas águas. Este eslaide é o número da Operação Verão, operação
essa desempenhada pela Marinha, de dezembro a fevereiro, todos os anos,
intensamente, em todo o litoral brasileiro, em todas as águas interiores do
Brasil. E esse momento, de dezembro a fevereiro, principalmente, em alguns
locais de dezembro a março, é o momento em que mais banhistas e mais
embarcações se encontram praticando atividades nas águas, momento em que a
Marinha do Brasil se vê na necessidade e por obrigação de intensificar, ainda
mais, as operações de inspeção naval para cuidar da vida dos nossos cidadãos.
Quando se fala em Marinha do Brasil, em capitanias,
delegacias e agências aqui no Estado do Rio Grande do Sul, a divisão que se tem
é esta apresentada neste eslaide. A nossa área de Porto Alegre, que eu
represento, Srs. Vereadores, é aquela toda em amarelo. Nós somos representados
e responsáveis por 216 mil quilômetros quadrados dos 281 mil quilômetros
quadrados do Rio Grande do Sul. Somos responsáveis por uma Capital de Estado e
por mais 355 municípios do nosso Rio Grande do Sul. Quando se fala em Marinha,
nós olhamos para quatro atividades principais, em quatro locais também
principais aqui do Rio Grande do Sul. Nossa base principal fica em Rio Grande,
como é de conhecimento de todos os senhores; temos uma segunda base muito
importante aqui em Porto Alegre; uma terceira, que está em vermelho, que é a
área de Tramandaí, muito utilizada no verão; e uma quarta, não menos
importante, principalmente por ser área de fronteira, em Uruguaiana. Assim nos
dividimos, quando falamos em segurança da navegação, quando falamos em
prevenção da vida e da poluição.
E, quando eu falo que nós temos representados pela
Capitania dos Portos de Porto Alegre 356 municípios, eu falo em um universo, no
Brasil, de 725 mil embarcações. E dessas 725 mil, 23 mil, quase 24 mil
embarcações de esporte e recreio, que são aquelas embarcações que não são
utilizadas em atividades profissionais, mas de lazer; 24 mil embarcações são
registradas e se encontram sob nossa jurisdição aqui no Rio Grande do Sul, aqui
em Porto Alegre. Para ter uma noção de tamanho, nós somos o sétimo local no
Brasil, quantitativo, de embarcações de esporte e lazer, local esse que, pelas
dimensões, pelo quantitativo, ele ganha uma função bastante distinta de muitos
outros locais do Brasil. Olhando pelo aspecto de pessoas habilitadas,
qualificadas a operarem essas embarcações, suas lanchas, suas motos aquáticas, jet ski, nós ocupamos a nona posição no
Brasil, com aproximadamente 28 mil amadores, termo dado a essas pessoas, que
estão qualificadas a operarem com essas embarcações de esporte, recreio e
lazer. Um fato interessante, a partir daí, é os senhores olharem, por exemplo,
a quantidade de motos aquáticas que nós temos aqui no Rio Grande do Sul, em Porto
Alegre. Nós ocupamos a quarta posição no Brasil inteiro, quando falamos em
embarcações de esporte e lazer, especificamente, em motos aquáticas. Em segundo
lugar, se divide o Estado de São Paulo, obviamente pela pujança econômica
daquele Estado, seja o primeiro lugar no litoral, em segundo lugar no interior
do Estado de São Paulo. O terceiro se dirige ao Distrito Federal, Brasília; e o
quarto local no Brasil em que mais se tem motos aquáticas – já passamos esses
números, esses dados estão atualizados até o início de abril –, nós temos mais
de 4.100 motos aquáticas – jet skis –
navegando aqui. Quando falamos de todas essas capacidades, possibilidades e
quantidades de embarcações e de amadores existentes aqui, tudo nos remete ao
que estamos fazendo aqui.
A autoridade marítima é representada pela Marinha
do Brasil em nível nacional, e à Marinha coube, através da Constituição,
legislar sobre o regime de portos, sobre a navegação lacustre, fluvial e
marítima. E a lei que daí adveio foi a Lei nº 9.537, muito chamada de Lesta –
Lei de Segurança do Tráfico Aquaviário, que mostra os três principais papéis
que essa delegacia da Capitania dos Portos e todas as capitanias e delegacias e
agências do Brasil fazem: cuidar da nossa vida, cuidar da vida humana de quem está
na águas, propor a segurança da navegação e resguardá-la, contribuir para a
prevenção da poluição e tudo o que se refira à água, seja por parte de usuários
das embarcações, seja por parte das próprias embarcações. Esse é o nosso papel
diuturno, não existe dia de semana e final de semana, e a prova disso aí se
encontra.
Hoje, eu aproveito, aqui, neste momento, para
agradecer a presença do Comandante do Grupamento de Busca e Salvamento, Major
Roberto do Canto, nosso parceiro da Brigada Militar, que em tantas ocasiões
está junto. E neste momento, como é nossa obrigação cuidar da vida e como é
obrigação do Grupamento de Busca e Salvamento, os senhores podem ver, podem
assistir, em fevereiro deste ano, no Balneário do Lami, o Grupamento de Busca e
Salvamento e a Marinha do Brasil salvando pessoas – que estão ao lado esquerdo,
que não tinham habilitação, que se encontravam alcoolizadas, embriagadas, que
não sabiam operar embarcação e que se defrontaram com uma frente fria, com mau
tempo. Eu aproveito esta ocasião para mostrar, meus senhores, o perigo a que às
vezes as pessoas estão expostas, e às vezes verificamos que somente o esforço
da Marinha não é o suficiente para a conscientização, para educação e
orientação dos nossos cidadãos. Esse talvez seja um dos principais motivos
pelos quais eu estou aqui, hoje, me dirigindo aos senhores.
Esse resgate só conseguiu ser efetuado com sucesso
graças à rapidez da Marinha do Brasil e do Grupamento de Busca e Salvamento,
que do local onde se encontram – pelo menos até que acabem as revitalizações do
Cais Mauá – houve tempo hábil para chegar ao balneário do Lami e fazer o
resgate daquele senhor e daquela senhora, que se encontravam bastante
desesperados, numa situação de aflição, porque não tinham o que fazer. E
naquele barco pesqueiro que está lá atrás, na primeira foto, do lado esquerdo,
circulado em vermelho, com menos de 5 metros de comprimento, não tinha
propulsão, não tinha o que fazer.
Isso, também, é uma fonte de preocupação que deve
ser pensada. Sei que não é o momento oportuno, mas que seja pensando num
momento de revitalização, num momento de apropriação de infraestrutura, o que
se fazer, e onde se colocar certos instrumentos, certas organizações que são
fundamentais nos momentos nos quais se pensa sempre que não existem. Mas a
emergência está ali, a emergência está demonstrada, e os fatores tempo e
distância são fundamentais para que alcancemos a tempo e com vida os nossos
cidadãos.
O segundo evento, também em fevereiro, os senhores
devem ter visto a matéria no jornal Zero Hora, foi o emborcamento desta
embarcação, um catamarã seival que se encontrava em Itapuã. Esta embarcação nos
demandou um sábado à noite, navegando em direção a Itapuã, à noite, para
realizarmos o salvamento de 40 pessoas que estavam dentro da embarcação. Tenho
plena convicção de que estavam lá sem saber as reais condições da embarcação,
que, aos olhos da Marinha do Brasil, se encontrava impedida de navegar. Esta
embarcação colidiu com uma pedra, e a parte da direita, de boreste, ficou
totalmente afundada. Dessa forma, o proprietário da embarcação se viu obrigado
a colocar a embarcação quase que encalhada na areia para salvar as pessoas.
Essas são situações, senhores, que somente a
Marinha não consegue resolver, mas não por falta de tempo e espaço, mas, sim,
por falta de capacidade maior de orientar, de educar as pessoas. Essas são
situações que nós, como cidadãos, devemos, podemos, e temos praticamente a
obrigação de nos aliarmos para buscar soluções que vão convergir na segurança
dessas vidas.
A próxima foto que os senhores veem é do balneário
de Ipanema e Guarujá, dia 2 de janeiro deste ano. A Marinha é responsável pela
segurança das águas; a Marinha não ordena o espaço em terra, fronteiras, águas.
E, ali, o que os senhores veem, na praia de Ipanema – muitos dos senhores
conhecem com muito mais propriedade do que eu o que está sendo falado –, no
canto superior esquerdo desta foto, uma cadeira inflável de algum banhista.
Agora, mais ou menos no centro da foto, os senhores veem um carro dentro da água
para retirar um jet ski; os senhores veem, no centro desta
foto, uma moto aquática, um jet ski,
sendo utilizado por um usuário sem colete salva-vidas; e, no sentido
longitudinal, e não no sentido transversal da praia, os senhores veem pessoas
empurrando motos aquáticas; os senhores veem, também, uma quantidade enorme de
reboques na praia, totalmente em desacordo com qualquer ordenamento, seja ele
aquaviário, terrestre, expondo pessoas que, às vezes, estão ali e não têm a
mínima noção do risco para as suas próprias vidas. Falo isso para que os
senhores verifiquem, no canto superior direito desta foto, o que eu estou
comentando. Ali, nós temos um banhista, no meio dessa floresta de jet skis e de carros, curtindo as águas
do Guaíba, sem saber que aquele usuário de moto aquática pode, em fração de
segundos, atropelá-lo, causando óbito, da mesma forma do que houve, em 2012, na
Praia da Enseada, em São Paulo, quando uma criança de quatro anos, pela
primeira e última vez, viu a praia – para onde os seus familiares não quiseram
mais voltar.
Nós não temos nenhum desses casos no Rio Grande do
Sul – graças a Deus e a todos que estão aqui –, e, Ver. Professor Garcia, nós
desejamos que jamais haja um caso assim aqui. Por isso, peço, encarecidamente,
que esta Casa acolha essas necessidades de conscientização dos responsáveis
pelos equipamentos e pela venda de embarcações; de conscientização dos
banhistas que utilizam a área contra riscos de prática de atividades fora das
áreas delimitadas; de conscientização dos frequentadores da orla, para que
saibam qual é o local para motos aquáticas, qual é o lugar para banhistas, qual
é o lugar para stand up paddle – que
é essa prancha que nós remamos, atualmente. Conseguimos, para tudo isso,
arranjar locais, com o apoio dos senhores, para que todos tenham seu espaço no
litoral e também no Interior, tão extenso como é o do Rio Grande do Sul, como é
aqui da Região Metropolitana de Porto Alegre. Além disso, nós nos propomos a
colaborar em qualquer ajuda que seja para delimitar essa área de banhistas,
para fazer qualquer apoio técnico quanto à sinalização náutica, quanto à
sinalização em terra, tudo isso visando a prevenir acidentes.
Falando um pouquinho mais sobre prevenir acidentes,
aquelas duas embarcações que ali se encontram, circuladas em vermelho,
senhores, no dia 2 de janeiro, foram cedidas pelos pais responsáveis a seus
filhos, menores de idade. Essas duas embarcações, Srs. Vereadores, foram
lacradas pela Marinha, porque eram conduzidas por menores de idade, com o
consentimento dos pais; não era um consentimento velado, os pais estavam
presentes no local. Crianças, menores de idade, estavam fazendo uso daquelas
duas embarcações, sem nenhuma autorização, sem nenhuma possibilidade legal de
que isso fosse possível.
Essas são as preocupações da autoridade marítima,
essas são as preocupações da Marinha diante do número de embarcações, do número
de usuários de embarcações e pelas condições de nossa região, uma área
abrigada, uma área que não possui ondas em sua maioria de tempo no ano, uma
área que não possui maremotos ou qualquer coisa assim. Essas são as nossas
preocupações, para que haja realmente uma conscientização maior. A Marinha do
Brasil coloca-se, Vereadores, à disposição de qualquer um desta Casa para
apoiar iniciativas nesse sentido, de preservar a vida de quem utiliza as águas.
Ver. Professor Garcia, tirante a esse assunto, o
meu outro assunto aqui que eu gostaria de deixar bem público, que eu gostaria
de comentar bastante – não se fala sobre segurança da navegação neste momento,
não diretamente –, tem a ver com segurança de navegação. Por algumas vezes,
desde o ano passado, nós temos sido interpelados quanto à liberação das
embarcações da empresa CatSul, para fazer a próxima parada dela na estação do
BarraShoppingSul, me cabe, como dever de justiça e responsabilidade aqui do
titular dessa Delegacia, de explicar aos senhores, membros aqui da Câmara
Municipal, o que ocorre para que nós não tenhamos ainda autorizada a liberação
dessa parada no BarraShoppingSul. Assim como na estrada, assim como em qualquer
rodovia, a Marinha do Brasil também precisa saber o que acontece debaixo da
água, ver o que se tem embaixo da água no caminho que a embarcação vai
percorrer até a estação do BarraShoppingSul. Depois que se conhece esse
caminho, depois que se sabe exatamente o que temos debaixo da água nesse
caminho, é necessário colocar placas, aos olhos do que se fala nos termos
náuticos, o balizamento desse caminho. Esses dois projetos, eu aviso aos
senhores, estão muito bem encaminhados pela Metroplan. A Metroplan está
conduzindo, já em final de projeto, todos esses assuntos, e o compromisso da
Marinha é, assim que esses projetos derem entrada na Marinha, nós correremos o
máximo possível de tempo, com responsabilidade, para que o BarraShoppingSul
seja uma realidade, e não se alongue mais tempo do que o necessário.
O próximo questionamento também já houve, é a
estação de usuários da Ilha da Pintada. A Ilha da Pintada está sendo tratada
pela Prefeitura de Porto Alegre. A Ilha da Pintada já possui processo
licitatório para que essa estação ocorra ainda este ano. E nós, da Marinha,
temos plena convicção de que o que depender da autoridade marítima será
apreciado com responsabilidade, no menor tempo possível, de modo que nós
consigamos ampliar essa estação, ampliar esse regime hidroviário aqui no rio
Guaíba – ou lago Guaíba, como queiram –, da melhor maneira possível, e cada vez
mais enfatizado com a realidade de Porto Alegre.
Exmo. Ver. Professor Garcia, agradeço, mais uma
vez, por esta oportunidade; não sei se já houve uma oportunidade como esta aqui
nesta Casa. E tenha certeza de que a Marinha do Brasil é parceira do Município
de Porto Alegre e tem a intenção maior, sempre, de, zelando pela segurança da
vida, da navegação e da prevenção da poluição, promover o melhor que possa ser
feito para o nosso Município. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Capitão de Fragata, Carlos Zampieri. Por
gentileza, permaneça aqui conosco.
O Ver. Elizandro Sabino está com a palavra.
O SR.
ELIZANDRO SABINO: Sr. Presidente, Ver. Professor Garcia; colegas que
aqui estão; Capitão Carlos Henrique, titular da Delegacia da Capitania dos
Portos de Porto Alegre, bem como os seus colegas que aqui estão presentes neste
momento, efetivamente marcante para nós da Câmara Municipal de Porto Alegre,
quando, no dia de hoje, o Capitão traz para nós, na representação da Delegacia
da Capitania dos Portos, da Marinha do Brasil, neste estreitar de
relacionamentos, e esta é a proposta, o estreitar do relacionamento por meio da
Delegacia e da Câmara Municipal que é o órgão legislador do Município de Porto
Alegre.
É importante destacar o que efetivamente me trouxe
a esta tribuna. Na presença de V. Sa., bem como dos colegas, quero destacar os
esclarecimentos que aqui são postos e a importância deste órgão legislador ter
o conhecimento e aprofundar a discussão, no que diz respeito à legislação, às
ações de profilaxia, de prevenção na área específica de atuação em que vocês
estão trabalhando no dia a dia.
Eu sou morador do bairro Ipanema; obviamente, o
local onde foram expostas as fotos é um local por onde caminho eventualmente
com minha esposa; conheço bem aquela região. E me trouxe grande impacto e
surpresa as informações trazidas por V. Sa. no que diz respeito às situações de
irregularidades das embarcações que ali estão. Isso é preocupante e nos causa
impacto. Em um primeiro momento, quando olhamos – até é uma forma de
entretenimento para as pessoas que ali estão – Jet Ski, as embarcações, chama muito a atenção e, num primeiro
momento, parece que tudo está regular, mas a informação é de que existem
algumas situações que não estão. A Marinha do Brasil tem atuado de forma
efetiva e importante na fiscalização, trazendo proteção do bem maior, a vida.
Aqui na Câmara Municipal, eu sou o Presidente da
Frente Parlamentar de Defesa da Criança e do Adolescente, com o apoio do nosso
Presidente, Ver. Professor Garcia. Quando ele assumiu, tivemos uma conversa
sobre temas que vinculam a área da infância e da juventude para aprofundarmos o
tema. O senhor trouxe a informação sobre aqueles pais que, deliberadamente,
deixam os seus filhos menores de idade conduzirem as embarcações. Isso é
realmente preocupante, porque vemos situações em que adultos, muitas vezes até
habilitados, diante de uma situação inusitada, inesperada, acabam vindo a
óbito, quanto mais uma criança ou adolescente que não tem o menor preparo para
estar à condução dessas embarcações. Portanto, me coloco à disposição de V.
Sa., dos colegas, para estarmos aprofundando, nesta Casa Legislativa, as
discussões no que diz respeito a ações da Câmara Municipal, da Frente
Parlamentar de Defesa da Criança e do Adolescente, para fazermos um trabalho de
prevenção, de conscientização, de profilaxia para que nossas crianças, nossos
adolescentes estejam orientados, estejam com esclarecimento devido para que
possamos assim, então, estar protegendo o bem maior que é a vida. Muito
obrigado, agradeço a presença de todos vocês, que nesta tarde, com certeza, enriquecem
o nosso conhecimento nesse tema tão importante. Obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, público
que nos assiste, eu quero aqui parabenizar o Sr. Carlos Henrique, que escutei
atento. Nós não temos conhecimento de muitas coisas que passam. Como é
importante conscientizar e prevenir. Eu falo em nome dos independentes, da
nossa Bancada – PSD, o Solidariedade, o PROS –, dos nossos colegas Ver. Clàudio
Janta, Ver. Bernardino Vendruscolo e deste Vereador. Vocês têm aqui todo o
nosso apoio. Eu caminho muito no Centro da Cidade e onde eu mais caminho,
Capitão, é no Gasômetro, perto das embarcações, que atravessam o rio. Muitas
pessoas me perguntam, porque, nesse teu último relatório sobre o
BarraShoppingSul, que fica ali perto... Quero cumprimentar todos que estão
juntos com a gente aqui, já citados pelo Presidente, o pessoal da Marinha.
Muitas pessoas me perguntam sobre a escolinha do Grêmio, que se localiza bem
ali, onde tem quase três mil pessoas. E a gente sabe que cada dia se abre mais
aquela BR que dá acesso ao Centro, à Zona Sul, mas é pouco. Mas abrir com
segurança, aquilo que tu disseste, isso é importante, gente! Com segurança para
os nossos filhos, para os nossos netos, para a nossa família, isso é muito
importante. E isso vai abrir uma frente muito grande, não digo que vá
descongestionar esse trânsito, mas vai ser uma melhora muito grande, Capitão.
Por isso tem o nosso apoio, todos os espaços que forem abertos para a Zona Sul
são importantes. Eu conheço, trabalhei por quase 20 anos na Zona Sul, trabalhei
na Tristeza, trabalhei na Ponta Grossa, em Belém Novo, com as escolinhas de
futebol, e a gente sabe da importância daquela orla para esse pessoal, mas a
orla com segurança, como dito aqui há pouco pelo nosso Capitão. Então, tem o
nosso apoio, tem a nossa luta aqui dos independentes. Em meu nome, em nome do
Clàudio Janta, em nome do Bernardino Vendruscolo, nós estaremos aqui apoiando e
lutando junto com vocês. Tenho certeza de que os 36 Vereadores vão estar junto
com vocês lutando porque é melhoria para a nossa Cidade, essa Cidade tão
bonita, tão linda, que pode, cada vez mais, se tornar a cidade dos sonhos de
todos nós, dos nossos filhos, dos nossos netos. Obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Apregoo Requerimento, de autoria da Ver.ª Lourdes
Sprenger, que solicita renovação de votação da Emenda nº 01 ao PLL nº 006/14.
Quero registrar a presença do Capitão de Corveta Ricardo Paulo Mattos, da Capitã de Corveta Joana Santos da Luz, do Capitão-Tenente José Carlos Costa, do Capitão-Tenente Darcy Dalboh, do Tenente Laila Freitas de Müller, do Tenente Tiago Parodes de Freitas, do Tenente Verônica Santos W., do Tenente Marcelo da Silva Braz, e do Capitão de Fragata Darwin Sanches Fernandes.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra.
O SR. KEVIN
KRIEGER: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Quero dizer ao Carlos Henrique,
primeiro, que parabenizo o trabalho que a Capitania vem fazendo na cidade de
Porto Alegre, no Rio Grande do Sul e em todo Brasil. Fico muito feliz, na sua
primeira pauta, dessa preocupação da Marinha, pois é muito importante. O meu
gabinete vem se reunindo com a Associação Brasileira de Esportes Náuticos, com
a Associação Brasileira de Esportes de Beira de Praia, com a Associação dos Jet Skis, com a Associação do Turismo
Náutico e com a Federação Gaúcha de Stand
Up, exatamente na linha de construir um projeto de lei para a nossa Cidade
que possa regulamentar a utilização dos esportes náuticos na nossa Cidade e também
os esportes nas areias e na orla do Guaíba. Eu gostaria muito de poder contar
também com a sua presença nesse grupo de trabalho, que possa estar nos ajudando
na construção desse projeto de lei que nós estamos pretendendo, através do
mandato de Vereador, ao longo dos próximos meses, apresentar para esta Casa.
Nós inclusive já nos reunimos com o Secretário Tutikian, nos reunimos também
com os representantes da Secretaria de Obras e Viação para fazer a discussão em
relação também ao projeto de revitalização da orla do Guaíba. E, sem dúvida
nenhuma, nós precisamos fazer essa regulamentação porque se não o fizermos, com
muita brevidade e rapidez, nós teremos, pelo relato dessa Associação, problemas
e incidentes, acidentes muito sérios na nossa orla e no Guaíba. Então, pode
contar conosco, com o Partido Progressista, pois, sem dúvida nenhuma, nós
entraremos em contato com o senhor para que possa agregar a esse grupo com a
sua experiência e também com todo o processo e trabalho que vocês já vêm
fazendo na Cidade, pela experiência que vocês têm, e pela legislação, que é
através da Marinha que faz todo trabalho de ordem pública na orla do Guaíba e,
principalmente, nas águas do Guaíba.
Pode ter certeza de que, logo, logo, nós já
estaremos trocando os nossos cartões e os nossos telefones, e a Paula, que é a
minha assessora jurídica, e que está trabalhando junto com o Guilherme Paradeda
nesta área, sem dúvida nenhuma, entrará em contato para que a gente possa, o
mais rápido possível, procurar construir um projeto de lei para esta Casa e
para a nossa cidade de Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Registro a presença do Major Canto, Comandante do
Grupamento de Busca e Salvamento da Brigada Militar.
A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra.
A SRA. LOURDES
SPRENGER: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, Sr. Carlos Henrique
Zampieri, Capitão de Fragata; a última vez que tive contato com a Marinha foi
na renovação da documentação do veleiro com o qual velejamos muito neste Guaíba
há longos anos. É muito importante este contato com a Marinha numa hora
difícil, porque ela está sempre pronta para atender.
O seu pronunciamento enriqueceu os conhecimentos
sobre a importância da atuação da Marinha e sobre a vasta área de
responsabilidade dos senhores. Para nós, aqui, também é muito importante essa
fiscalização na orla. Só nos damos conta da gravidade de um acidente depois que
ele ocorre. Este trabalho que os senhores estão desenvolvendo, disciplinando o
uso de embarcações de passeio e dos modernos e velozes equipamentos que existem
hoje em dia, além das lanchas que circulam, às vezes, bem próximo de onde as
pessoas estão, é muito importante.
Então, quero cumprimentá-lo por esta iniciativa. Certamente, eu, que moro há 36 anos na Zona Sul e que vi a orla ir diminuindo, diminuindo – hoje, temos um pequeno pedaço de orla ali onde eu moro –, sei da importância de ter os senhores nesta fiscalização para que possamos ter o disciplinamento do uso do nosso rio e, também, os cuidados para com os demais indivíduos. Parabéns.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Capitão Zampieri, eu havia comentado que, neste
fim de semana, estive na abertura da Feira do Peixe e foi muito comentado pelos
moradores da Ilha da Pintada, eles estão aguardando com muita ansiedade a
questão do catamarã para a ilha. O senhor falou da ilha e falou do
BarraShopping. Eu não sei se o senhor teria algum indicativo da questão
temporal para colocar em relação a isso. E gostaria também de saber qual vai
ser a atuação da Marinha durante a Copa do Mundo. Sei que há algumas
dificuldades, a questão, por exemplo, do atracadouro do Cais Mauá, com essas
alterações. Eu gostaria também que, se pudesse, falasse um pouco sobre isso e,
ao mesmo tempo, passo a palavra para que possa fazer as suas considerações
finais.
O SR. CARLOS
HENRIQUE DE LIMA ZAMPIERI: Obrigado, mais uma vez, primeiramente, pela
pergunta e também pela possibilidade de me pronunciar. Quanto às hidrovias do
Guaíba, o processo licitatório realizado para o BarraShoppingSul já se encontra
em fase final, já ocorreu o levantamento hidrográfico pela empresa contratada,
pela Metroplan, e, nos próximos dias, essa documentação deverá dar entrada na
Marinha. Essa documentação é analisada por dois órgãos bastante distintos, um é
o Centro de Hidrografia da Marinha, que é a organização responsável por
conhecer e regular todos os padrões quanto a saber o que há numa batimetria, se
há algum perigo debaixo da água para que as navegações das embarcações ali
ocorram; e o segundo órgão é o responsável por buscar saber se a sinalização
náutica está correta. Como eu já falei, nos próximos dias, essa parte do
BarraShoppingSul já deve dar entrada na Marinha, e a Marinha, em muito menos
tempo – me arrisco a falar em pouco mais de 30 dias –, já vai dar a resposta se
esse levantamento hidrográfico e esse projeto de balizamento estão de acordo
com as normas que vão calhar sempre na segurança de quem vai utilizar aquele
caminho.
Quanto à Ilha da Pintada, eu entrei em contato,
anteontem, com a EPTC, onde fui informado de que o processo licitatório já está
para ocorrer nos próximos 45 dias. A partir do processo licitatório, existe a
contratação, propriamente dita, da empresa que vai executar, também, naquela área
da Ilha da Pintada, a batimetria, a verificação do fundo e também a parte da
sinalização, para que os navegadores e navegantes que ali estejam com as suas
embarcações vão e venham em segurança.
O nosso papel na Copa do Mundo vai ser o mesmo
papel, Sr. Vereador, utilizado na paz. Nós estaremos posicionados na água,
próximos ao Guaíba e Beira-Rio, naquela área da Zona Sul, e naquela área
estaremos, sim, desempenhando as nossas tarefas de manter a segurança naquela
área, manter a fiscalização das embarcações que ali se encontram, de modo que
nada vá afetar a segurança da Copa, pela água.
Agradeço mais uma vez esta oportunidade. A
Delegacia da Capitania dos Portos se encontra ali na Rua dos Andradas, está
sempre disponível a recebê-los a qualquer hora do dia, a qualquer dia da
semana, pelos 166 anos que já ocorreram e por outros tantos 166 anos de
existência que estão por vir. Muito obrigado, mais uma vez, por esta
oportunidade.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Obrigada, Ver. Professor Garcia, Presidente, a quem cumprimento. Sei que
já extemporaneamente, mas gostaria de falar em nome da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, Capitão Carlos Henrique, que o valor extraordinário do trabalho
da Marinha é reconhecido por nossa Bancada, nós parabenizamos pela busca desta
Casa, pela seriedade como tratam as águas, e, no momento em que queremos
ampliar, sim, essa convivência com as águas do Guaíba, se tornará mais
estratégica ainda a participação e o trabalho técnico da Marinha. Contem com
nossa Bancada. Parabéns por estes anos todos. Esta Casa agradece, com certeza,
essa iniciativa de estreitar estes laços.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Queremos agradecer a presença do Capitão de Fragata
Carlos Zampieri e da equipe da Marinha; esta Casa estará sempre à sua
disposição. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h4min.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia – às 15h5min): Estão reabertos os trabalhos.
Passamos às
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente. A Ver.ª Any Ortiz está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Alberto Kopittke está com a
palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Ver.ª Fernanda Melchionna.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Boa-tarde a todos os
colegas, Sr. Presidente, Ver. Professor Garcia; Sr. Capitão de Fragata, todos
os colegas da Marinha do Brasil, é um prazer tê-los aqui conosco neste momento
tão importante da história do Brasil que a Marinha tem a tarefa gigantesca de
proteger o nosso Pré-Sal. E que, com o Pré-Sal, nós possamos dar um grande
salto tecnológico, na tecnologia nuclear, com todos os equipamentos que a nossa
Marinha merece e de que precisa para proteger as nossas riquezas naturais.
Quero saudar também o Major Canto, do Grupo de Busca e Salvamento, o nosso
querido GBS, que faz um trabalho excelente. São aqueles colegas bombeiros, que
estão nas horas mais difíceis da nossa população, da nossa sociedade e são uma
referência, no Brasil, também, na sua atuação.
Sr. Presidente, eu
ocupo a tribuna para comunicar duas ações. Primeiro, uma preocupação que eu
trago aqui: eu não sei se o senhor atuou no Colégio IPA e no Americano. Só no
IPA – e trouxe até uma homenagem ao IPA no ano passado. Eu trago uma
preocupação, partilhando com todos os colegas, que área do nosso Colégio
Americano, onde eu estudei, está a leilão na semana que vem. Eu soube dessa
informação hoje e há uma mobilização muito grande da comunidade, dos
ex-estudantes do Colégio Americano para que não se perca aquela área. Ali está
possivelmente um dos colégios mais antigos de Porto Alegre, se não o mais – há
130 anos pelo menos instalado. E eu acho que a Câmara, Ver. Valter, pode fazer
uma grande discussão para que não se perca esse patrimônio, uma área obviamente
de muito interesse para a construção civil, mas eu acho que em nome disso não
se pode perder esse importante patrimônio da Cidade. Inclusive
arquitetonicamente é uma referência, seguindo o modelo da primeira Escola
Metodista dos Estados Unidos e assim por diante. É uma discussão que eu quero
trazer aqui para a Casa, Presidente, pois acho que nós não podemos deixar de
debater o assunto que envolve uma das comunidades culturais da Cidade mais
antigas. E segundo, trazer aqui o trabalho que estamos
realizando na Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública, Ver. Mario
Fraga, Ver.ª Mônica Leal, Ver.ª Fernanda Melchionna, Ver. Séfora Mota e o Ver.
João Carlos Nedel. Nós estamos avançando, a passos largos, na elaboração do
primeiro mapa da segurança pública e dos direitos humanos de Porto Alegre.
Estou convicto de que nós estamos construindo, Ver.ª Mônica Leal, com uma visão
técnica, um material que vai ser uma contribuição inédita e histórica para a
nossa Cidade. Eu acho que, a partir do mapa que nós estamos fazendo, a cada
semana, em seminários, caravanas, ouvindo especialistas, espero eu, que nenhum
gestor – seja Municipal, Estadual, da Brigada Militar, um delegado, alguém da
Guarda Municipal, da Fase, das escolas – deixe de consultar esse material para
saber o conjunto de serviços envolvidos na luta contra a violência, quais são
as políticas, as redes municipais e onde estão os gargalos. Nós vamos trazer
gargalos que são, realmente, chocantes para o nosso conhecimento público, e eu
acho que vai ser um passo muito importante para toda a Cidade.
A Sra. Mônica Leal: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Alberto Kopittke, já há algum bom tempo
eu falo sobre a necessidade de nos unirmos para a Segurança pública não ter
sigla partidária, ideologias políticas, porque a segurança é o Rio Grande, é
para o Rio Grande, é para a Cidade. Então, o que foi feito hoje na nossa
Comissão foi um trabalho que sobrepõe todas essas instâncias, foi extremamente
importante. A partir desse mapa, desse mapeamento dos acontecimentos, das
necessidades, das instâncias envolvidas, eu tenho certeza de que a Comissão
poderá ajudar muito e será pioneira neste projeto que visa a, única e
exclusivamente, colaborar, trazer benefícios para uma Porto Alegre e um Rio
Grande mais seguros.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Com certeza. Muito
obrigado, Ver.ª Mônica, não importa quem seja o Governador, o Prefeito, mas
esta Câmara vai deixar uma contribuição que nós esperamos seja anual, um
relatório anual sobre a efetiva situação da violência.
É um trabalho que
alguns podem até achar um pouco academicista, porque não estamos tratando dos
acontecimentos do dia, aqueles que, talvez, dessem mais repercussão na
imprensa. Não! O nosso trabalho está sendo mais de fôlego, de fundo, de estudo
para deixar um legado histórico.
Foi por isso,
Presidente, eu sei que V. Exa. até me cobrou, corretamente, eu agradeço, o
motivo de eu sair da primeira vice-presidência, transmitindo o espaço ao
Vereador Mauro Pinheiro, colega de Bancada, mas foi para construir este legado
que a Comissão de Direitos Humanos e Segurança está deixando de forma coletiva,
suprapartidária, e de alta qualidade técnica para a nossa Cidade. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Solicito a
abertura do painel eletrônico para a verificação de quórum, solicitada pelo
Ver. Tarciso Flecha Negra. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.)
Doze Vereadores. Há quórum.
O Ver. Mario Fraga
está com a palavra em Comunicações.
O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste nas galerias, público que
nos assiste pela TVCâmara; uma saudação especial ao Capitão de Fragata, Carlos
Henrique, que está aqui representando a nossa Marinha do Brasil, e aos seus
companheiros e companheiras – sejam bem-vindos! Naquele momento, não tive
oportunidade de falar; mas falei pessoalmente com o Capitão. Eu sou oriundo do
bairro Belém Novo, moro na beira do rio, e, lá, nós estamos começando a ter
problemas com o rio e com as pessoas que o frequentam, com os jovens que estão
saindo de Ipanema e indo até o Belém Novo. Já falei com o Capitão e, talvez,
depois, ele faça uma visita especial para tratar desse assunto.
Quero dizer, também,
que todos os Vereadores têm seu direito aqui nesta Casa. Ver.ª Sofia, na hora
em que fui subir à tribuna, o Ver. Tarciso pediu verificação de quórum – o que
é muito normal, aqui, nesta Casa. Eu respeito a opinião dos outros 35
Vereadores, sempre, a qualquer momento. O Vereador é livre, foi eleito e está
aqui dentro para fazer o que cabe a ele. Se for para pedir verificação de
quórum, que o faça, a qualquer momento. Eu aceito o que os outros 35 Vereadores
devem fazer, mesmo que seja na minha vez de falar.
Aproveito, hoje, o
momento de Comunicações – ontem, eu falei em Liderança do PDT – para falar
sobre o assunto da segurança pública do bairro Belém Novo, Ver. Delegado
Cleiton, em especial lá do Extremo-Sul, onde o Tenente-Coronel Amorim é o
Comandante do 21º BPM. E, para deixar claro, ontem, quando eu falei que tinha –
talvez tenha usado esta palavra – pena do Tenente-Coronel Amorim, não foi no
sentido pejorativo, mas no sentido de ele cuidar daquela região, que, para quem
conhece, Ver. Professor Garcia, começa na Ponte da Guabiroba, lá no Extremo-Sul, e vai até o limite de Viamão. E o
Tenente-Coronel Amorim tem três
viaturas para cuidar de toda essa extensão – fora o bairro Restinga, que tem
mais viaturas. Mas no nosso destacamento, que é ali no Chapéu do Sol, são três
viaturas para cuidar de toda a extensão. Então, ontem, quando eu usei o termo,
não foi de forma pejorativa. O Tenente-Coronel Amorim tem um grande trabalho,
eu já o conhecia muito antes de ser o Comandante do destacamento do 21º BPM, é
uma pessoa digna, trabalha dia e noite com celular sempre ligado, no fim de
semana, inclusive; outros Vereadores, em fins de semana, conseguiram falar com
o Tenente-Coronel Amorim e resolver situações. Eu já falei com o Presidente da
Comissão de Direitos Humanos para que a gente faça uma visita ao Airton
Michels, que é Secretário da Segurança Pública, já que ele não pôde ir a Belém
Novo em duas audiências que tivemos. Eu acho difícil mesmo um Secretário de
Segurança sair lá da sua Secretaria e ir até um bairro distante como o nosso ou
a qualquer outro bairro, ele cuida de todo o Estado. Eu acredito que o
Presidente da CEDECONDH, o Ver. Alberto, conseguirá essa audiência para nós,
porque ele tem tratado bastante desse tema de Segurança pública. Eu dou os
parabéns, realmente, ao Ver. Alberto. A Ver.ª Fernanda, quando foi Presidente,
também fez um brilhante trabalho em outra área dos direitos humanos
diretamente.
Eu queria, por fim,
fazer um agradecimento a duas pessoas que estão trabalhando lá no Extremo-Sul e
Sul da nossa Cidade, cuidando dos Centros Administrativos Regionais. O Centro
Administrativo do Sul é cuidado pelo nosso colega Papaulo, e o Centro Regional
do Extremo-Sul é cuidado pelo Sandro Besson. O Sandro é filho do Ervino Besson
e tem o mesmo carinho, o mesmo jeito do falecido pai, que trabalhou comigo
muito tempo aqui na Câmara, o Ervino foi colega de muitos aqui na Câmara.
Então, o Sandro Besson tem aquele mesmo tratamento do Ervino e, mais incrível
ainda, está resolvendo os problemas da nossa região. Ontem, três problemas aconteceram
lá no bairro Belém Novo, e o Sandro, prontamente, resolveu. Eu queria, então,
dar um abraço, dar os parabéns para o Sandro Besson e para o Papaulo, da Região
Sul.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver. Mario Fraga. O Ver. Valter
Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, eu quero cumprimentar a
Delegacia da Capitania dos Portos da nossa querida Marinha do Brasil em Porto
Alegre, na pessoa do Capitão de Fragata Carlos Henrique de Lima Zampieri e a
todo o staff que o acompanha, e dizer
do orgulho que todos nós devemos ter da nossa Marinha brasileira. Entre outras
razões, porque o Patrono da Marinha é nosso conterrâneo. Eu fui há pouco
confirmar, porque eu tinha a impressão de que ele era de Rio Grande, mas, na
verdade, ele era de São José do Norte, o Almirante Tamandaré! Ele tem páginas
gloriosas na história do nosso País.
Há pouco eu lia algum
capítulo que fala da própria consolidação das fronteiras do Brasil, e lá nos
idos do final do século XVIII, século XIX, nós tínhamos na fronteira do Brasil
com o Uruguai uma prática muito nefasta, que se chamava “as califórnias”, que
consistiam em grupos de bandoleiros que invadiam as fronteiras e assassinavam
brasileiros; os brasileiros eram encontrados com seus documentos enrolados nas
narinas, ou decapitados, ou mortos a tiros. O Império brasileiro manda ao
Uruguai a Esquadra brasileira comandada pelo Almirante Tamandaré. Junto com
ele, o Rio Branco, que era o Embaixador, chefe da diplomacia brasileira. O
Brasil acaba, ao final desse episódio, ascendendo ao poder com o grupo dos
Colorados que eram amigos do Império brasileiro e não a outra vertente
política. O Uruguai, durante muito tempo, dividiu-se entre duas vertentes
políticas: os Brancos e os Colorados. Recentemente, há esta outra vertente que
é a Frente Ampla que governa o País, mas historicamente eram aquelas duas
forças. E a Marinha brasileira teve um papel fundamental naquele momento em
fazer com que os brasileiros fossem respeitados na sua dignidade, e as próprias
fronteiras do Sul do Brasil fossem respeitadas.
Logo em seguida,
tivemos a Guerra do Paraguai e, da mesma forma, a Marinha brasileira teve um
papel fundamental, porque não se chegava aos Estados brasileiros de Goiás, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, por terra; a única forma de se acessar aqueles
Estados brasileiros era por rio. Na verdade, a Esquadra brasileira saía do Rio
de Janeiro, descia até aqui no Sul e subia o rio da Prata para levar os
mantimentos, suprimentos, assistência para aqueles brasileiros que estavam lá
isolados. Mas consolidando, isto que é para o nosso orgulho, hoje, esta Nação
de dimensão continental. Este é o papel da Marinha, que foi fundamental na
própria guerra do Paraguai, com o Almirante Tamandaré à frente e comandando
muitas das batalhas, e a batalha mais importante, parece-me, da história do
Brasil, foi a Batalha de Riachuelo.
Então, eu quero homenagear, nos ilustres militares
da nossa Marinha do Brasil, essa história de glórias, e que a nossa Nação, na
sua própria dimensão continental, deve à Marinha. E a Marinha continua, como
disseram os Vereadores que me antecederam, contribuindo na pesquisa do
submarino nuclear, que nós desejamos, até para a própria independência
tecnológica do Brasil, que avance nessa questão, e em tantos outros projetos
que a Marinha tem, que nós sabemos, são estrategicamente fundamentais para o
nosso País.
Era esta homenagem que eu gostaria de fazer, Sr. Presidente, em tempo de Liderança,
em nome do nosso Partido, do seu Partido, do meu Partido, Partido da Ver.ª
Lourdes Sprenger e do Ver. Idenir Cecchim, a esta Corporação que nos enche, a
todos nós, brasileiros, de orgulho, augurando e desejando à nossa Marinha vida
longa, e que ela continue aqui no Sul do nosso País, em Rio Grande, em São José
do Norte, aqui em Porto Alegre, na nossa Capitania dos Portos, em todos os
nossos mananciais hídricos, lá em Uruguaiana, ou lá na Amazônia, que a Marinha
continue sempre dando, como sempre deu, a sua contribuição para a dignidade e
soberania da Pátria brasileira. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Boa-tarde, Vereador-Presidente, Garcia; Vereadores e Vereadoras; pessoas
que nos assistem aqui e através da TVCâmara. Cumprimento, mais uma vez, porque
o Ver. Kevin Krieger já fez isso, o Capitão de Fragata Carlos Henrique de Lima
Zampieri, titular da Delegacia dos Portos de Porto Alegre. É uma honra, fico
muito feliz, principalmente sendo filha de militar e prezar muito as
instituições; é uma honra para nós recebê-los aqui.
Alguns assuntos me trazem a esta tribuna e nem sei
se começo pelo pior ou pelo melhor, mas creio que aquele que está no coração,
neste momento, é o mais importante. Eu costumo dizer que tenho muitos anos de
Câmara Municipal, 12 anos como funcionária, dois anos no meu primeiro mandato,
onde saí como convocada para concorrer ao Senado. Em três meses, viajei por
este interior do Rio Grande do Sul. Tive o privilégio, a felicidade de conhecer
o Rio Grande, e ali eu fiz 854.700 votos, que me levaram a ser convidada a ser
Secretária de Estado do Governo Yeda, algo de que eu tenho muito orgulho.
Depois, candidatei-me à Deputada, não me elegi, voltei à Câmara, esta Casa que
sempre carreguei com muito orgulho no meu coração.
Este mandato está diferente. Diferente como? No
plenário, as coisas que aqui eu vejo, a que assisto, nunca antes ocorreram. Por
que eu digo isso? De uma forma muito espontânea, como mulher, como cidadã, como
jornalista, como Vereadora, ao que eu assisto, por vezes, neste Plenário, me
choca, me surpreende, me entristece, porque nesta mesma Casa eu já escutei vários
debates, embates de pessoas de siglas diferentes, de ideologias completamente
diversas, mas sempre imperou o respeito. Jamais houve – eu não me lembro –
alguma agressão verbal, alguma tentativa de agressão física ou uma
desqualificação de um colega para o outro. Neste meu mandato, de novo,
retornando a esta Casa, eu tenho presenciado inúmeras cenas desse tipo. Ontem,
isso aconteceu, mais uma vez, na Câmara Municipal da Capital, neste plenário,
pelo qual tenho um amor imenso e que, no dia em que ele foi invadido, eu
escrevi um artigo dizendo que ele nunca mais seria o mesmo, porque havia
acontecido uma invasão, uma depredação em um local sagrado para mim, onde eu
tenho um respeito muito grande e aprendi, com muito orgulho, através do meu
pai, que foi o autor, inclusive, da exigência da gravata para entrar neste
recinto. O que eu quero dizer é que ao que eu assisti aqui ontem foi uma
discussão verbal de ofensas entre dois colegas, o que me tocou profundamente,
me incomodou, me chateou, me entristeceu, a ponto de eu chegar em casa e, pela
primeira vez, em quase 40 anos de casada – eu tenho 39 anos, em novembro faço
40 anos de casada – o meu marido, que é advogado e que não é político e não
gosta de política, olhou para mim e disse: “Olha, eu tenho a impressão que tu
tens que começar a pensar em sair da política, porque, ultimamente, tu chegas
em casa com uma fisionomia abatida, triste, desencantada com a vida política.”
O que eu quero dizer para vocês com isso e que não importam as siglas, não
importam as pessoas, mas o que aconteceu ontem nesta Casa – a discussão entre
dois colegas – me incomodou profundamente e vou dizer por quê. Nesta tribuna,
eu assisto permanentemente pessoas utilizarem este microfone – pelo qual tão
bem as pessoas podem compartilhar problemas da Cidade, soluções – para incitar
a violência. Eu mesma assisti ontem e me doeu profundamente. Minutos antes, o
Ver. Comassetto subiu à tribuna para dizer que eu, Mônica Leal, era uma
Vereadora autoritária, conservadora, de um partido que fazia parte da ditadura
militar que tinha matado milhões de pessoas. Vocês sabem o que significa isso
para uma mulher que prima pela democracia...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
A SRA. MÔNICA
LEAL: ...que é contra qualquer ditadura, qualquer ato terrorista? Ora, eu
fiquei tão chocada quando ouvi aquelas palavras, mas não tinha tempo para falar
e não valia a pena rebater. Minutos depois, houve aquela discussão, aquela
tentativa de agressão. Eu venho a esta tribuna dizer para vocês que, após o
ocorrido de ontem, eu troquei algumas ideias com pessoas especializadas não só
em política, mas também em comportamento humano. As coisas aqui vão de mal a
pior, porque alguns parlamentares que utilizam esta tribuna incitam a
violência, ofendem, querem destruir reputações, inventar histórias e isso é
inaceitável, a ponto de deixar um colega com vontade de... Eu, com isso, não
quero justificar nenhuma atitude agressiva, mas eu quero apenas fazer uma
reflexão e um chamamento. Nós estamos assistindo ao início de uma caminhada
muito perigosa nesta Casa quando parlamentares vêm a esta tribuna para
caluniar, ofender e incitar a violência. Obrigada, Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
(O Ver. Delegado Cleinton assume a presidência dos
trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma
Comunicação de Líder e, depois, prossegue em
Comunicações.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, em nome do Partido dos Trabalhadores, quero
tratar da importante vinda da nossa Presidente Dilma – mais uma vez – a esta
Cidade. A Presidente aceitou o convite do Prefeito Fortunati para a inauguração
do Pisa – Programa
Integrado Socioambiental –, que nós sabemos que é uma obra monumental, pensada,
discutida com a população já – arrisco a dizer – há uns 16 anos. É uma obra que
tinha uma engenharia durante o Governo da Administração Popular e, a partir do
Governo Fogaça, foi redimensionada. Na nossa avaliação, atrasou muito essa
obra; muitas famílias ainda esperam soluções, como a Vila dos Sargentos. As
moradias que estavam incluídas como contrapartida no Pisa, não aconteceram. A
Vila Hípica, que hoje acontece, era a primeira obra de contrapartida do
Programa Integrado Socioambiental, teve que aguardar oito anos para que a sua
escola infantil, para que as suas moradias fossem construídas em outro
programa, no Programa Minha Casa, Minha Vida e parte do orçamento. Mas, de toda
maneira, com todos os tropeços, é um Programa estratégico para a cidade de
Porto Alegre. Estratégico, porque uma cidade que não cuida do tratamento de
esgotos, uma Cidade que tem um belíssimo rio – e aqui está a Marinha presente
–, uma Cidade que continua jogando esgoto no rio, não tem respeito à vida, de fato,
não prioriza a qualidade de vida da sua Cidade.
Então, este programa é resultado de uma clareza que os nossos Governos Lula e Dilma tiveram e porque passaram a investir fortemente em infraestrutura neste País, em saneamento básico neste País, em moradia neste País. Os Prefeitos e Governadores, muitas vezes, não conseguem gastar os recursos no tempo em que eles estão disponibilizados. As cidades não têm estrutura e capacidade de gestão para aproveitar tamanha potencialidade desses programas de saneamento básico, tamanho volume e a prioridade que o Governo Federal dá a este cuidado com a natureza, com o nosso jeito de estar nas cidades, diminuindo poluição, integrando com o meio ambiente, preservando o meio ambiente.
Será muito melhor todo o transporte viário, toda a
realização de esporte aquático quando o nosso Guaíba estiver totalmente
despoluído, não tenho a menor dúvida. E o Pisa pretende, pretendia e pretende
que isso aconteça.
Infelizmente – eu acho que a Presidenta Dilma
amanhã saberá disso, porque, hoje, nos meios de comunicação o comentário era
esse –, o emissário do que resta do tratamento de esgoto da Zona Sul, o
emissário, no rio Guaíba, não é do tamanho que previa a norma da Fepam; o DMAE
resolveu que não precisava 2.600 metros de extensão, diminuiu, e, hoje, são
1.600. Estão inaugurando com 1.600, por acordo realizado no Ministério Público.
O Valter Nagelstein vai dizer que não é verdade, mas é verdade. O Ministério
Público teve que chamar para si o tema, porque o DMAE insistiu em outra
especificação técnica. Em vez de colocar lá no canal o restante, o resíduo do
tratamento de esgoto, lamentavelmente, a Prefeitura de Porto Alegre está
largando na enseada de Ipanema e Serraria. E há queixa, sim, da população; há
questionamento técnico, sim. Eu não sou técnica para tomar uma decisão entre
uma posição ou outra, porém a Fepam sempre foi muito clara no sentido de que
era necessário jogar no canal e não jogar na enseada. E a Zona Sul se queixa de
mau cheiro, e há um monitoramento que é condição, Ver. Valter Nagelstein, que o
Ministério Público licenciou, enfim, liberou que se colocasse em operação um
monitoramento cuidadoso das consequências da liberação nessa distância.
O Sr. Valter
Nagelstein: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Eu quero tentar
ajudar V. Exa., até porque estamos transmitindo para a Cidade, para que não
passe uma informação equivocada. Quando foi aprovado o projeto pela primeira
vez, a Estação de Tratamento da Serraria fazia o que se chama de tratamento
secundário. Com esse tratamento secundário a água sai numa qualidade que ainda
não é a desejável. A Prefeitura investiu mais e fez o que se chama de
tratamento terciário, pelo qual a água sai praticamente potável, Vereadora. Em Brasília,
no lago Paranoá, do lado do Palácio do Planalto, onde fica a presidente Dilma,
é despejado nas margens, a menos de dez metros da margem. Então, a senhora está
dizendo algo que é absolutamente equivocado, porque a água que sai a um
quilômetro e meio é praticamente pura. Muito obrigado.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Obrigada, Ver. Valter. Desculpa, era um aparte, e não sou eu que digo, a
Fepam negou-se a licenciar. A Fepam continuou mantendo a sua posição técnica e
eu acredito nos técnicos da Fepam. O DMAE gastou recurso e foi buscar em São
Paulo uma consultoria para tentar bancar a sua posição de um emissário muito
mais curto. E nós vamos continuar avaliando e monitorando porque o Ministério
Público liberou, mas com a condição de acompanhamento. Então, eu lamento porque
acho que nós devíamos ter mantido o projeto original e há muito tempo já
estaria funcionando. Mas o nosso voto é de que Porto Alegre saneie, limpe todo
o esgoto produzido, que a nossa Porto Alegre evolua na redução de lixo, invista
na educação ambiental e libere o rio Guaíba para todo tipo de atividade, porque
a gente terá uma água potável. Os nossos pescadores merecem isso. Então, amanhã
é um dia importante da vinda da Presidente Dilma, e a sua segunda agenda é
também muito significativa, é a formação dos jovens no ensino técnico. Essa é
uma marca muito importante dos governos Lula e Dilma, que apostam
estrategicamente na evolução, na emancipação do povo brasileiro e na construção
do conhecimento a partir do investimento dos jovens no conhecimento, que pode
transformar a vida do Brasil. São milhares e milhares de jovens que hoje têm
acesso ao Pronatec, aos cursos técnicos – o Pronatec que é junto ao Ensino
Médio, sejam os trabalhadores de todas as idades, o Pronatec FIC, que é a
Formação Inicial e Continuidade para quem não tinha formação. E a Presidenta
faz questão de afirmar, porque não é uma ação isolada: o Brasil vive hoje 4% de
desemprego enquanto há crise mundial, enquanto, lamentavelmente, a velha Europa
desenvolvida, está com índices dramáticos entre a juventude, de 30% a 40% de
desemprego, o Brasil investe, corajosamente, na inclusão social, 20 milhões de
novos empregados, pessoas com carteira assinada, e, ao mesmo tempo, investe na
educação deste povo. É a alteração e elevação de escolaridade junto com o
trabalho, as duas vertentes, e não o barateamento, a mão de obra barata e
desqualificada, ao contrário, convida os trabalhadores a formarem-se, oferecem
vagas, sobram vagas, neste País, de formação técnica. Ao lado disso, a
ampliação significativa do ingresso no Ensino Superior, seja via ProUni, seja
via própria ampliação da rede pública de universidades.
Caro Presidente, Professor Garcia; ontem eu fazia
uma palestra em Bagé, e lá eles têm o Instituto Federal Rio Grande do Sul, com
cursos tecnológicos, conquistaram a Unipampa na própria Bagé, e têm também
UERGS. Nunca se viu tamanho investimento na formação dos nossos jovens, e não
sobra vaga.
Então, a Presidenta Dilma vem, e por isso está bem
em popularidade. A Presidenta de fato não vem aqui lançar a pedra fundamental,
mas vem celebrar com o povo gaúcho as suas grandes vitórias para a formação da
sua gente.
(Não revisado pela oradora.)
(O Ver. Professor Garcia reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Vereadora. O Ver. Valter Nagelstein está
com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, falo em nome da Liderança do Governo,
com a licença do Ver. Airto Ferronato, porque fui o Líder do Governo quando nós
começamos esse processo. A Ver.ª Lourdes estava me contando a respeito da
mobilização que foi feita na Zona Sul da Cidade em favor dos aperfeiçoamentos
do Socioambiental. Nós aprovamos aqui o financiamento, Sr. Presidente. Quero
dizer que acho muito triste quando temos a comemorar a maior obra de saneamento
da história desta Cidade. E obra de saneamento não é simplesmente fazer a
canalização, pegar na casa das pessoas; é saúde pública, é diminuição de
doenças, inclusive de crianças, que, às vezes, estão caminhando de pés
descalços em locais que são contaminados; é fazer esgotamento; é trabalhar a
saúde, Ver.ª Sofia Cavedon. Se a Presidente Dilma ouvisse o seu discurso, eu
tenho certeza – e o PMDB é um Partido que dá apoio – que ela ia ficar
envergonhada, porque sempre a sua fala busca iluminar algo que é negativo.
Eu quero dizer que esse discurso da Fepam, de ter
proibido, durante um ano, um projeto de R$ 500 milhões de começar a funcionar
para tratar a água, permitiu durante um ano que o esgoto in natura, com todo o nosso dinheiro aplicado lá, continuasse sendo
jogado dentro do rio, com o sistema pronto. Mas alguém tem o desplante, a
ousadia de vir à tribuna para defender o que é indefensável, Ver.ª Sofia
Cavedon, de dizer que nós erramos; mas quem errou foi a Fepam, quem errou foi o
Governo Tarso, que deixou, Ver.ª Mônica Leal, absolutamente desestruturada a
Fundação Estadual de Proteção Ambiental, que tudo tranca, que não tem quadros,
que não tem técnicos. E que por uma posição fundamentalista, como é a posição
quase sempre da Ver.ª Sofia, trotskista, fundamentalista. E o trotskismo parte
do pressuposto que primeiro é preciso destruir tudo para depois se edificar uma
sociedade melhor; é assim que ela age no seu dia a dia e na sua conduta
política. A Fepam não liberou, porque, primeiro, está desestruturada,
sucateada. E, segundo, porque não teve a capacidade de reconhecer. Teve que
reconhecer ao fim, depois de ter causado enorme prejuízo a Porto Alegre, porque
o sistema estava pronto, assim como está pronto, assim como está operando.
E esse sistema, colegas Vereadores e Vereadoras, é
a maior obra de saneamento da história da nossa Cidade, é a obra do Prefeito
José Fogaça, quando os homens públicos não querem investir em esgoto, não
querem investir em saneamento, porque é obra que não aparece. É preciso um
homem público ter coragem para fazer isso. Quando iam fazer todo o sistema – e
a Ver.ª Lourdes falava de escavação –, nós fizemos o emissário subaquático, que
a Marinha teve participação numa grande operação, que os canos tiveram que vir
lá do Rio de Janeiro, com mergulhadores, para serem levados até lá, com as
torres de equalização – essa que está aqui do lado, aquela do mirante que foi
inaugurada na semana passada, na frente do Jockey Club, no Cristal. Essa obra
custou a nós, porto-alegrenses, R$ 500 milhões. Isso é muito? É, sim. Mas qual
é o propósito dela? Elevar de 27% para 80% o esgoto tratado da nossa Cidade.
Isso é raro no nosso País. E nós virmos aqui para explorar um aspecto negativo?
Mas se fosse negativo, nem a Presidente Dilma, do Partido da Ver.ª Sofia
Cavedon, estava vindo aqui. Então, eu lamento a incapacidade, a falta de
grandeza de espírito de não se chagar aqui e dizer isto: “Olha, nós tínhamos
uma dívida com o povo da Cidade.”
Não faz muitos anos, Sr. Presidente, na época do império, que existiam cubos, que eram esgoto que as pessoas pegavam, colocavam nas costas e levavam até a sanga da morte. Colocava-se cal no meio do esgoto, das fezes, da urina, e as pessoas, especialmente os escravos, negros, que carregavam isso, ficavam manchados na pele e eram apelidados de tigres, porque eles tinham manchas brancas por toda a pele. O esgoto ainda continua sendo uma chaga no nosso País. E está aqui a nossa Marinha, que trabalha com nossos mananciais hídricos. O nosso País ainda não teve a capacidade de recuperar, de olhar para seus mananciais hídricos, e todo rio, todo arroio se transforma numa cloaca. E aí, a primeira vez que um Governo, em 500 anos de história, resolve olhar e dizer “é preciso recuperar o Guaíba, o Gravataí, o Jacuí, é preciso fazer uma obra, é preciso botar dinheiro”, vem a Vereadora para dizer o seguinte: “Fizeram malfeito”.
Não fizeram malfeito! Fizeram uma estação
terciária...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: ...fizeram uma água, Sr. Presidente, que é praticamente potável. E os
estudos, por força da burocracia do Governo do PT e da Fepam, custaram mais
ainda para os cofres públicos do Município, porque o DEMHAB teve de ir a São
Paulo mandar fazer uma simulação da batimetria do rio e do fluxo das águas para
mostrar que ali onde estava sendo jogado não causava mais prejuízo. Provou isso
na justiça, depois de um ano, que tivemos que continuar com um sistema pronto,
jogando esgoto in natura, da forma
que jogávamos no nosso Guaíba.
Então, isso é um prejuízo que a Fepam nos causou,
que deveria causar vergonha. Ao invés de causar vergonha, a Vereadora vem aqui
e se ufana de a Fepam ter feito isso que fez contra Porto Alegre.
Porto Alegre precisa repudiar esse tipo de atitude
e precisa celebrar que, no dia de amanhã, a Presidente da República vem a nossa
Cidade para a inaugurar, repito, a maior obra de saneamento urbano da história
da nossa Capital. Viva o Programa Integrado Socioambiental, e viva os homens
públicos que olham para uma área tão deficitária de tratamento de esgoto. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Apregoo Requerimento de autoria do Ver. João Carlos
Nedel, solicitando a retirada de
tramitação da Emenda nº 04 ao PLCE nº 010/13.
Apregoo Emendas nº 11 e nº 12, de autoria dos
Vereadores João Carlos Nedel, Mônica Leal, Kevin Krieger, Guilherme Socias
Villela, ao PLCE nº 010/13.
Apregoo Requerimento, de autoria da Ver.ª Séfora
Mota, que solicita representar esta Casa na Reatech 2014 – XIII Feira
Internacional de Reabilitação, Inclusão, Acessibilidade e Paradesporto, na
cidade de São Paulo, no período de 10 de abril de 2014 a 12 de abril de 2014,
com custeio de viagem.
Apregoo o Requerimento, de autoria do Ver. Valter
Nagelstein, que solicita representar esta Casa no 8º Seminário de Políticas
Públicas Municipais e Regionais, na cidade de Bagé, no período de 24 de abril
de 2014 a 26 de abril de 2014, com custeio de viagem.
O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras e todos que nos assistem;
há três anos, se não me falha a memória – deve ter registrada essa minha vinda
à tribuna – falei sobre a Copa do Mundo, o Romário, e foi um aplauso só. O
Brasil fez samba, fez carnaval... Maravilha! É claro que isso faz parte deste
Vereador que lhes fala, que jogou futebol dos 7 aos 40 anos, sendo 20 anos como
profissional.
Eu tenho uma preocupação muito grande, Vereadoras e
Vereadores. Seja bem-vinda, Dilma, à nossa Capital – que é a dela também. Mas
quanto à preocupação... é claro que eu não vou ser nenhum ogro, nenhum
ignorante, e dizer que o foco não tem que ser o Beira-Rio e o seu entorno,
porque tem, mas o foco também tem que ser, Presidente, a entrada de Porto
Alegre, onde está a Arena do Grêmio. Se a Copa do Mundo fosse na Espanha, seria
visitada a arena de Barcelona, a arena do Real Madrid; e a Arena do Grêmio vai
ser visitada, sim.
Eu tenho muitos amigos, Ver.ª Sofia, no bairro
Humaitá, mas já não estou mais indo lá, porque eu não sei o que falar. No
Beira-Rio, tem muitos pais; no entorno da Arena, não tem pai mais. A Arena do
Grêmio é linda, e, por fora, poderia estar tão linda quanto está por dentro,
Vereadores Janta e Delegado Cleiton. É claro que o foco tem que ser o
Beira-Rio, porque é onde vai se jogar; mas não vamos nos enganar, porque esse
turismo que vai vir aqui não vem só de avião, mas também de ônibus, de
automóvel. Teremos, aqui, a Argentina, o Uruguai, o Paraguai, fora os Estados
que também virão aqui ver os jogos, como Santa Catarina e Paraná. Na nossa
entrada, principalmente para visitar a Arena do Grêmio, tem uma BR que chega e
que termina ali, em cima do viaduto. Em dia de jogo, não tem como; e a Brigada,
com certeza, está certa, porque não existe segurança para abrir aquilo ali.
Condições zero! Nós temos Guaíba chegando ali, perto da Arena. Muitas coisas
poderiam ser feitas ali que melhorariam muito a chegada na Arena, não só para a
Copa do Mundo, gente. O meu pensamento agora, neste momento, é para depois da
Copa do Mundo. Se nós não estamos conseguindo aproveitar esta oportunidade para
fazer, depois da Copa do Mundo eu não sei o que será feito no entorno ali. E,
quando chove, é uma calamidade; eu estive lá tirando fotos. Se era ruim, ficou
pior. Não vou entrar aqui no mérito se é de responsabilidade do Governo
Estadual, se é do Governo Municipal, se é da Arena, se é do Grêmio, mas ali
existe uma Arena, existe uma BR chegando, e só se vai à Arena em dia de jogo;
visitação há muito pouca. A Copa do Mundo está aí, o povo que vai vir a Porto
Alegre vai querer visitar a Arena do Grêmio, porque a arena do Inter vai ser
visitada em todos os momentos, porque é lá que serão sediados os jogos da Copa
do Mundo em Porto Alegre. A Arena do Grêmio vai ter visitação, sim; todos vão
querer conhecer as duas arenas: as pessoas do Interior, as pessoas vindas de
outros países, haverá uma integração muito grande dentro da cidade de Porto
Alegre.
Quero parabenizar aqui pela Castelo Branco, a freeway, que está sendo arrumada, vai
ficar lindo aquele pedaço, só falta o outro pedaço, que é no Humaitá, onde
moram milhares de pessoas que estão ali implorando e pedindo por melhoras.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver. Tarciso Flecha Negra. O Ver. Clàudio
Janta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, público que nos
assiste das galerias e pela TVCâmara, ontem tivemos em São Paulo uma grande
marcha da classe operária brasileira, pedindo políticas públicas do Governo na
área do trabalho, na área tributária e na saúde – pedimos 10% do Orçamento da
União para a saúde. Sentimos essa dificuldade, pois há quatro anos o Governo
diz que não pode dar 10% do Orçamento para a saúde. Vimos, no dia do
aniversário de Porto Alegre, ser aprovada na Assembleia Legislativa, uma doação
para a FIFA de R$ 25 milhões, o que daria para construir algumas UPAs. O
Governo Federal se comprometeu, no PAC, em construir 513 UPAs e só construiu
14, sendo que vinte Estados não conseguiram nenhuma UPA!
A FIFA tomou dos cofres do povo de Porto Alegre –
porque esse dinheiro vai sair do nosso bolso, são isenções, são impostos que
poderiam vir para a saúde do nosso Estado –, em média, por baixo, feita pelo
nosso técnico Mario Lima, em cada jogo no Beira-Rio – com uma média de R$
450,00 o ingresso, porque já tem ingresso sendo vendido por R$ 3 mil –, R$ 24
milhões e 755 mil por jogo! Somente do futebol em Porto Alegre, a FIFA vai
levar R$ 123 milhões e 750 mil dos cofres do povo de Porto Alegre! E ainda
pegou dinheiro público para fazer o que tinha que fazer, sem falar do
patrocínio que a FIFA recebe do cartão de crédito, da empresa de automóvel, de
cigarro, de uniforme esportivo, de patrocínio de lancherias que a FIFA recebe!
E querem que os trabalhadores de Porto Alegre doem dinheiro para a FIFA! Doem
R$ 5 milhões para a FIFA. É uma vergonha isso! O nosso País dizer que não tem
dinheiro para investir na saúde; a nossa Prefeitura dizer que não tem dinheiro
para investir na saúde; o nosso Estado dizer que não tem dinheiro para investir
na saúde, e dar dinheiro para uma entidade privada, que hoje manda no Brasil.
A partir do dia 12 de junho quem vai mandar no Brasil é a soberania da FIFA – está provado isso, quando tira essa fortuna em cada jogo que vai ter no Beira-Rio, e somente do povo gaúcho, ela tirou a renda de um jogo que vai ter no Estádio Beira-Rio. Isso entristece os trabalhadores. Nós nunca subimos nesta tribuna para dizer que não tem que ter futebol. Agora, o futebol tem que ser feito com o dinheiro dos clubes, com dinheiro privado; futebol não tem que ser feito com o dinheiro do povo. Não podem empresas nacionais estar patrocinando times de futebol; não pode dinheiro público ir para construção de estádios; não pode dinheiro público ir para o bolso de uma empresa privada. Dinheiro que poderia ser destinado à saúde das pessoas, à saúde dos trabalhadores. E nós estamos com oito assinaturas, Ver.ª Sofia, para fazer a CPI da Saúde nesta Casa. Esperamos contar com a Bancada do PT, que muito subiu nesta tribuna para falar sobre a questão e a gestão da saúde; muito subiu nesta tribuna a Bancada do PT, num todo, para criticar a atual gestão na saúde em Porto Alegre, do Secretário Carlos Casartelli. E agora nós estamos há mais de 30 dias, com oito assinaturas, para fazer a CPI da Saúde. A Bancada do PT disse que vai se reunir, que vai tomar decisão de Bancada. Eu aprendi que as questões eleitorais falam muito mais que a vontade do povo, muito mais que o anseio do povo, muito mais que as necessidades do povo.
Então, nós esperamos contar com a assinatura de
todos os membros da Bancada do PT, para que possamos fazer, nesta Casa, uma
CPI, que foi pedida até pelo Secretário Carlos Casartelli. O Secretário já
falou isso na imprensa, já falou isso em vários órgãos de comunicações, que
quer que esta Casa investigue a gestão na Secretaria da Saúde. E nós achamos
imprescindível que isso seja feito; contamos com a assinatura dos Vereadores da
Bancada do PT, para que possamos instalar a CPI.
Com força e fé nós vamos seguir lutando pelo povo
de Porto Alegre, pelos trabalhadores e suas famílias.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Apregoo o Memorando nº 010/14, de autoria da Ver.ª Sofia
Cavedon, que solicita
representar esta Casa no Seminário Educação e Gênero, na cidade de Bagé,
no dia 9 de abril de 2014.
A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pela oposição.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, eu apenas quero
fazer um registro sobre um tema que nós já discutimos: Pisa. Eu vim aqui e, de
fato, disse que esse Programa é estratégico. Só quero deixar muito claro,
porque o Ver. Valter vem e usa subterfúgios para fugir do centro da questão. O
DMAE realizou a obra diferente do licenciamento que recebeu! É só por isso que
a Fepam trancou e não liberou a obra por um ano. Eu vou repetir: o DMAE deveria
fazer 2,6 mil quilômetros de tubos de emissários em diagonal para o centro do
Guaíba, onde está o canal; portanto, onde tem águas que se movimentam mais
rapidamente. Esse era o licenciamento da Fepam, e o DMAE fez de outro modo! Fez
de outro modo ao arrepio do licenciamento; foi multado, respondeu no Ministério
Público.
Então, dizer que quem prejudicou foi a Fepam, não
dá; aí não dá para aceitar, Ver. Valter. Então, eu só quero repor essa verdade,
que é real, que o debate saiu a público, nas rádios, saiu nos meios de
comunicação. O Ministério Público resolveu intervir porque o DMAE fincou o pé e
gastou recursos públicos para sustentar a sua posição.
Hoje, a população, Ver. Tarciso, da Zona Sul se
queixa de mau cheiro. O Ver. Professor Garcia mora em Ipanema e não está
sentindo o mau cheiro, segundo ele, mas ouvi hoje na rádio, e a população está
em alerta. A Ver.ª Lourdes também é da região. Nós estaremos monitorando, todos
nós, tenho certeza, porque são Vereadores bastante sérios, os dois Vereadores
que citei neste momento, engajados nas suas comunidades.
Eu quero tratar de um outro tema importante que
aconteceu esta semana. Nós, junto com as professoras da área de nutrição da
UFRGS, junto com o setor de nutrição da SMED, levamos ao Ministério Público, em
função de que a SMED havia firmado um convênio com a Coca-Cola e, mesmo com toda a crítica do setor de nutrição, com a contrariedade
de quem investe numa alimentação saudável na rede municipal, a SMED não
mostrava sinais de que recuaria de um convênio que, na nossa opinião, era
prejudicial à saúde das nossas crianças. Era prejudicial porque a Coca-Cola
entraria nas escolas com uma promoção que envolveria cinco mil crianças, as
crianças visitariam o shopping,
visitariam o que era chamado de “fábrica da felicidade”, ou seja, a fábrica da
Coca-Cola, receberiam kits e,
certamente, refrigerante, e concorreriam, a partir de uma redação sobre a
visita ao shopping, a ingressos para
a Copa do Mundo. Nós entendíamos que isso se contrapunha a todo o esforço para
uma alimentação saudável na escola, a todo esforço de evitar doenças precoces
em função da má alimentação – o Ver. Tarciso fala muito nisso, por conta do
açúcar, não é, Vereador? –, e entramos no Ministério Público. Para nossa
alegria, a partir da iniciativa desse órgão, a SMED reformulou o convênio.
Ainda não sabemos, Ver. João Derly, nosso Presidente da CECE, como é exatamente
o convênio que vai permanecer, mas já sabemos, por ora, que é só uma redação
sobre a Copa. Infelizmente, tivemos que ir ao MP, mas achamos que esse recuo é
de alguém que reconhece que havia todo um debate, uma unanimidade contrária,
que não é possível fazer propaganda de produtos, influenciar crianças a beber
produtos com excesso de açúcar, com anilina, que não trazem nenhuma qualidade
de vida e que alteram a fisiologia, a condição de saúde.
Uma pena a Secretaria
da Educação não ter se ligado que isso não era bom, mas revertemos, acho que
isso é louvável, e ganhou a qualidade de vida das nossas crianças, e ganhou uma
educação de fato comprometida com essa qualidade de vida. Muito obrigada,
Professor Garcia, um bom fim de semana para todos.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. JOÃO DERLY: Sr. Presidente, eu
gostaria de fazer uma correção. Ontem, no meu discurso sobre o apontamento do
Tribunal de Contas no convênio da Prefeitura com o Instituto Ronaldinho, eu
disse que a Secretária Cleci era a responsável, na época em que foi firmado o
convênio, pela Secretaria da Educação, quando, na verdade, era a Sra. Marilu
Medeiros. Então, estou fazendo a correção: na época, não era a Secretária
Cleci, já fiz isso por telefone, conversei com ela, e justifico agora para que
fique nos Anais da Casa. Também gostaria de cumprimentar os dois Vereadores de
Campo Bom que estão nos visitando hoje, o Victor e o Valter.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado.
Sejam bem-vindos, Vereadores.
Passamos ao
A Ver.ª Lourdes
Sprenger está com a palavra em Grande Expediente.
A SRA. LOURDES SPRENGER: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, na semana passada, entrou em
vigor a segunda etapa da restrição da circulação de carroças em nossa Cidade,
que abrangerá 24 bairros. E, à medida que os veículos de tração animal,
carroceiros e carrinheiros deixam as ruas da Cidade, estamos conjugando, ao
mesmo tempo, a inclusão social com redução de maus-tratos aos animais. Foi um
longo caminho, horas, dias, semanas e meses de debate no Fórum pelo Bem-Estar
dos Animais realizado aqui na Câmara, por longos seis ou sete anos, Comissão
Especial realizada na Câmara, audiências públicas, reuniões em associações de
bairros, tudo isso para a exigência da natureza do nosso projeto. E,
felizmente, hoje, Porto Alegre cumpre o prazo da lei que nasceu aqui nesta
Casa, aprovada por este plenário, para ter sua conclusão em 2016. Mas, para que
tudo isso esteja acontecendo, esta Casa considerou avanços de notável
relevância social. Entre eles, o fim da exploração do trabalho infantil – já
que centenas de carroças eram conduzidas por menores e crianças –, a inclusão
de centenas de famílias e notável redução de maus-tratos aos animais.
Obtivemos, sem dúvida, o resultado de uma construção coletiva e que teve entre
esses grupos de colaboradores um número considerável de protetoras, ativistas,
apoiadores, entidades, voluntariado e associações de bairros, todos dedicados à
causa animal. Então, esse compromisso que assumimos, a partir da Lei nº 10.531,
de 2008, e da Lei Complementar do Programa de Bem-Estar para Porto Alegre, de
2006, e ainda a consolidação de todas as leis dessa temática em 2012, em
conjunto com a Procuradoria-Geral do Município e a Procuradoria desta Casa, que
trouxe às comunidades novas identificações e o despertar do respeito das
pessoas que lidam com os animais. Descemos da carroça para pagar o preço de
nossos deveres.
E nesse ponto de
nossa caminhada, estamos trabalhando para uma melhor regulamentação e
fiscalização dos direitos dos animais, abrindo a discussão de como tratá-los. E
esse debate nos revelou as carências da educação, da conduta de aperfeiçoamento
e de consideração moral em relação ao tema.
Começamos pela
conscientização de que há riscos de zoonoses. Animais sem proteção são
hospedeiros e oferecem também riscos de transmissão de doenças, necessitando
gestão e políticas públicas. E a propósito dessa questão, gostaria de informar
a este plenário que temos uma extensa lista de Pedidos de Informações, de
Pedidos de Providências, registro no 156 sem respostas e sem atendimento pelo
Poder Público, ou seja, pela Secretaria Especial dos Direitos Animais. O fato
de não obtermos a resposta do Executivo nos leva a concluir: ou é ineficiência,
ou é omissão, ou ambas ao mesmo tempo.
Identificamos uma
questão básica na abordagem da causa animal, que é a saúde pública e a guarda
responsável, uma vez que animais abandonados sofrem também consequências pela
falta de proteção. E a guarda responsável com identificação por meio de chip ou tatuagem, e os programas
gratuitos de esterilização são soluções para nós evitarmos o descontrole
populacional.
Trabalhar em cima
dessas questões básicas não nos livra das resistências – o que é espantoso –, e
é comum depararmos com alguém que reduz a questão do orçamento da proteção
animal a um raciocínio simplista. Eles dizem: “são recursos que se tiram das
pessoas para dar aos animais”. E nós respondemos: É protegendo a saúde dos
animais que também protegemos a saúde humana, e, defendendo o bem-estar animal,
também defendemos o bem-estar do homem.
Sr. Presidente, como
sabemos, a fonte de recursos públicos é o imposto. É com recursos oriundos dos
impostos que se investe em políticas públicas. No caso de políticas públicas de
defesa animal, as administrações têm investido timidamente em relação ao volume
do que é arrecadado pelas contribuições fiscais da indústria pet.
Vamos citar novamente
os números: o Brasil tem 37 milhões de cães e 21,3 milhões de gatos, conforme
divulgado pela indústria pet. E nós
citamos essas duas espécies, que são as que mais nos exigem atendimento,
gastos, e para as quais falta atenção do Poder Público.
Em 2012, o
faturamento da indústria pet no
Brasil foi de R$ 14,2 bilhões, alcançando o posto do segundo maior mercado no
setor no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. E mais: essa mesma
indústria pet ainda gera em torno de
230 mil empregos diretos e 850 mil indiretos.
Com base nesses dados
divulgados pela Abinpet, que é a associação que representa a indústria do
setor, nós defendemos que os investimentos em políticas públicas de bem-estar
animal estão plenamente justificados, uma vez que os recursos empregados pelo
setor público representam parte da enorme carga de impostos recolhidos por
esses produtos e serviços.
A causa animal tem
provocado a movimentação de governos, parlamentos e também movimentado esta
Casa. A nossa missão tem sido a de resgatar compromissos com o bem-estar
animal, transformando ação protetora por propostas e projetos. Isso significa,
ao mesmo tempo, um dever humano e um direito animal.
Apresentamos à
apreciação desta Casa um tema decisivo para a política de proteção animal, que
é o projeto do Conselho Municipal dos Direitos Animais, o CMDA, que representa
o controle social previsto na Constituição e que é um órgão consultivo,
deliberativo, de composição equitativa, igualitária e tripartite, ou seja,
Prefeitura, órgãos públicos externos à Prefeitura, sociedade civil, com um
único objetivo específico, o de propor diretrizes políticas de proteção animal.
Essa proposição representa
um avanço referenciado por experiências exitosas em Curitiba, em 2005; em
Campinas e no Rio de Janeiro, em 2004 –, e ainda falando sobre Rio de Janeiro,
em 2002, lá foi criada a primeira Secretaria de Proteção e Defesa Animal no
País.
Mais recentemente,
esses conselhos foram também implantados em importantes cidades paulistas e
mineiras. Florianópolis já iniciou o debate há mais tempo.
E aqui, a nossa cidade vizinha de Lageado já tem o seu Conselho Municipal dos
Direitos dos Animais, de iniciativa da sua Câmara Municipal. A proposta de
criação do Conselho vai contemplar, de forma abrangente, a visão e o
engajamento de representantes das áreas de controle de zoonoses, veterinária,
diretrizes ambientais, participação do Ministério Público, da Câmara, de
associações vinculadas à causa animal.
Ainda poderemos
alinhar a listagem de outros tantos projetos e indicações onde há lacunas que
representam o aprimoramento do cotidiano nesse convívio com a causa animal.
Entre eles, destaco a restrição da comercialização de animais, o rótulo
obrigatório em embalagens de produtos testados em animais, declaração de
utilidade pública de uma ONG significativa nos seus projetos – que é a Bicho de
Rua.
Continuando, nós
também queremos dedicar algumas palavras à Frente Parlamentar – criada
recentemente – Porto Alegre Sem Maus-Tratos aos Animais, que tenho a honra de
presidir. O foco principal da Frente, Sr. Presidente, é de selar um pacto
contra o leque de comportamentos considerados agressivos e irresponsáveis,
especialmente ao abandono ao animal, crime praticado em larga escala nas vias,
nas praças, nas cidades e que geram indignação de gestores, dos ativistas e
comunidade. Não se trata – é preciso que se diga – de um modelo de atendimento
de denúncias e urgências, mas de uma ação institucional que se organiza para
cooperar com protetores, ativistas, ONGs e entidades e prestar orientações, dar
conta de uma ação educativa, que enfrente os casos recorrentes de crueldade. A
Frente tem uma coordenação com a responsabilidade de organizar sua pauta de
trabalho e apresentá-la em reunião plenária mensal, programada para acontecer
na última terça-feira de cada mês, no Plenário Ana Terra, porque foi ali que
iniciamos em 2002, até 2009, os grandes debates acerca da criação de projetos e
reivindicações, e mudamos muitas ações do Executivo.
Senhoras e senhores,
a Frente é desta Casa, é de todos, sem hierarquia, sem formalidades, sem
personalismo. O fruto do trabalho da Frente resultará na cooperação, porque
cooperação é que nos move. A cooperação e a participação são bem-vindas por
todos os lados.
Esta Frente
Parlamentar poderá gradualmente intensificar também sua ação junto às
comunidades, isto porque, na plenária de instalação, dia 11 de março,
lideranças deram início aos trabalhos; deliberou-se que se oficie ao Governo do
Estado solicitando a regulamentação das seguintes leis: proibição de cães de
aluguel; esterilização de cães e gatos; identificação por microchipagem;
implantação em Porto Alegre da Delegacia Especializada para Proteção e Defesa
aos Animais; análise e fiscalização do cumprimento da Lei nº 694, que é uma Lei
Municipal que congrega todas as demais leis de 2012 aqui no Município e o seu
devido cumprimento, mais especificamente quanto ao monitoramento de animais nas
ruas, programas de esterilização, incentivo à identificação de animais, o
diálogo com os demandantes, o atendimento aos animais em sofrimento e
abandonados, acidentes ou abandono, e a população estimada de cães e gatos em
Porto Alegre para podermos projetar um bom orçamento e bom atendimento, e os
percentuais disponíveis para adoção.
A proteção animal
hoje é a política pública cuja dimensão e importância tem caráter transversal
no ambiente administrativo e multidisciplinar no seu aspecto técnico-educativo,
participativo e científico, por isso entre os atuais processos de mudança que
vêm atraindo pessoas e mobilizando esforços de ativistas está o crescimento da
consciência quanto à necessidade de tornar o cuidado animal uma prioridade.
Assim o interesse pela causa passa a integrar as agendas dos parlamentos e
Governos, enquanto comunidades se organizam, monitoram e fiscalizam, e agora
também exigem compromissos da gestão pública. Tudo fazem os ativistas e
voluntários pela causa animal, sem a pretensão de monopolizar atenções, e muito
especialmente livre dos efeitos do uso indiscriminado de recursos de
contribuintes e de projetos pessoais.
Nós, como
interlocutores ativos destes milhares de cidadãos, colocamos em primeiro plano
o protagonismo de cada participante, de cada protetora, de cada agente que
represente as suas comunidades, e graças à magnífica dedicação e participação
de cada uma dessas pessoas, estamos mudando a nossa realidade da causa animal.
Por fim, Sr.
Presidente, gostaria de relembrar a todos que não é preciso abandonar os
animais e causar sofrimento a eles; basta procurar novos adotantes. Neste
sentido, eu lembro que um dos milhares de movimentos de proteção animal
existentes no mundo elaborou uma lista de recomendações muito difundida, que,
se cumprida, elimina ou reduz o sofrimento animal. São chamadas as cinco
liberdades básicas e diz que devemos livrar os animais do seguinte: fome;
desconforto; dor, machucados, doenças; limite do seu comportamento normal;
medo, estresse.
Sabemos que o
sofrimento faz parte da vida, mas o fundamental é o respeito que devemos ter
por aqueles que não têm voz e são os animais. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado,
Ver.ª Lourdes.
O Ver. Marcelo
Sgarbossa está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Boa-tarde a
todos e todas; Ver. Janta, nos entendemos aqui, só no olhar a gente se entende;
sem problemas. Eu acho que é bom que as pessoas saibam que o Vereador fez um
pedido e retirou o pedido. Poderíamos perder aqui a possibilidade de falar em
Grande Expediente e, Ver. Janta, é importante para nós, porque, ao que sabemos,
a Câmara está transmitindo ao vivo. Nós aproveitamos aqui para fazer uma
prestação de contas do nosso primeiro ano de mandato. Anunciamos nas nossas
redes sociais, talvez alguém esteja assistindo. Propaga-se que três milhões de
pessoas assistem, talvez algumas sejam das que nós convidamos para assistir
essa prestação de contas, que já fizemos na sede do nosso Partido, mas agora
aproveitamos a forma televisionada aqui da Câmara. Fico feliz por falar logo
depois da minha colega, Ver.ª Lourdes Sprenger, porque tanto ela como eu,
Vereadora, fomos eleitos com uma ideia central. Então, mais do que pessoas
iluminadas, mais do que um personalismo, quem nos colocou aqui defende uma
ideia. Notadamente, a sua é ligada aos direitos dos animais, a nossa é mais
ligada à mobilidade urbana. Agora, Ver.ª Lourdes, neste momento, presidindo os
trabalhos, veja bem, nós corremos um grande risco aqui dentro, na Câmara e na
sociedade mesmo, de sermos rotulados como pessoas que defendem apenas a questão
animal ou apenas os ciclistas. Nós sabemos que tanto os animais como a
bicicleta, para nós, são o símbolo de uma cidade e uma sociedade diferente.
Como a senhora mesma diz: “Quem respeita os animais, respeita as pessoas
também.” Eu vejo isso muito nos debates, inclusive com colegas aqui da Câmara
que reforçam sempre a ideia de que: “O Marcelo é o nosso especialista na
bicicleta”. Bom, como se nós nos limitássemos somente a esses temas que
identificam os nossos mandatos. Eu começaria dizendo – quero agradecer os
colegas do mandato que estão aqui assistindo – que nós fazemos parte de um
coletivo que discute – eu, muitas vezes, sou voto vencido nesse coletivo – e que
bom que seja, porque o coletivo sempre aprimora a visão individual. Eu
começaria mostrando um quadro (Mostra documento.), posso ler, no qual fizemos
um registro do primeiro ano de mandato, de janeiro a dezembro de 2013, que tem
em torno de 1.083 ações. Dessas, vou listar aqui, 614 – o meu colega Beto
elaborou o material e chamou de agendas externas – são agendas externas, ou
seja, 57% são de ações na rua. E isso não é uma mera casualidade, é um conceito
de mandato. Temos um colega nosso, o Deputado Federal Dionilso Marcon, que diz
que temos que ter um pé no Parlamento e outro pé no movimento. E nós estamos
tanto nas nossas agendas externas quanto nas que participamos aqui – que são
18% –, das nossas ações, que são agendas de mobilizações. Estamos muito fora da
Câmara, é verdade, portanto, uma crítica a quem acha que ser Vereador ou
Vereadora é somente estar aqui dentro e dar conta apenas da agenda
institucional. Nós damos conta da agenda institucional, mas estamos também fora, na rua, conversando com as pessoas em agendas externas. Depois disso,
temos 93 ações, 9% das nossas ações gerais são visitas no gabinete, ou seja,
pessoas que vieram nos visitar e foram recebidas sem marcar horário; marcando
horário, sempre estamos abertos para receber as pessoas; 35 projetos de lei, ou
seja, 3% das nossas ações no gabinete, e depois vou listar alguns projetos.
Então, 9% das nossas ações são relações com a imprensa. Fomos muito procurados
pela imprensa e atendemos, muitas vezes, em papel de informantes da imprensa –
nós não nos esquivamos desse papel, não simplesmente somos interlocutores, mas
fornecemos informações também. Trinta e nove pedidos de informações. Nós também
temos uma preocupação muito grande com a questão dos recursos públicos que cada
gabinete gerencia. Não queremos aqui fazer nenhuma comparação com Vereador A, B
ou C, mas primamos, sim, pelo cuidado e com o gasto eficiente e eficaz dos
recursos públicos. Então, fizemos uma média aqui de tudo que os gabinetes têm à
disposição. Na média, conseguimos estar sempre muito abaixo dela, Ver. Janta,
por exemplo: material de expediente, enquanto a média de todos os Vereadores é
com um gasto de R$ 1.986, nós tivemos um gasto de R$ 555. Nas diárias: chegamos
a fazer algumas viagens. Fomos a Curitiba, a Bagé e não utilizamos as diárias.
Então, não tivemos nenhum gasto, enquanto que a média dos gabinetes na Câmara é
R$ 2.610. Com a indenização por veículo particular, que fica em torno de R$
20.505, nós tivemos um gasto de R$ 10 mil. A metade da média. Impressos, fôlderes,
boletins e periódicos também muito abaixo da média, que é de R$ 9.412, nós
estamos com R$ 5.900. Correio: nós temos uma fluidez muito grande de relação
com os nossos apoiadores e redes sociais e não tivemos nenhum envio de
impresso, não que não possamos ter no futuro. Eu sei que isso é uma
característica dos mandatos que tem uma relação mais com o uso do Correio, do
impresso. Nós, por uma consciência ambiental e por uma característica diferente
de mandato, não tivemos nenhum boletim informativo que tenha ido direto pelo
Correio. Nossos materiais, elaborados até o momento, são todos de conscientização de
motoristas, de ciclistas, sobre a questão ambiental, e nenhum material tem
algum tipo de propaganda do mandato. Não que não possamos ter uma prestação de
contas, mas ainda não tivemos essa necessidade.
Nas cópias, a mesma coisa, sendo uma média de R$ 6
mil dos gabinetes da Câmara de Vereadores, e do nosso, de R$ 3 mil; na
telefonia, uma média de R$ 11 mil, média geral dos gabinetes, e nós com R$ 4
mil.
Comento os projetos de Lei, não vou falar dos 35,
que refletem um pouco em que pontos focamos o nosso mandato. Já tivemos
projetos de lei aprovados, como aquele que institui os telhados verdes. Porto
Alegre seria outra cidade, com mais conforto sonoro, ambiental, acústico, com
menos calor, se tivéssemos a política dos telhados verdes. Já foi aprovado,
nesta Câmara de Vereadores, no final do ano passado. Também, diferente dos
países europeus, o nosso País tem sol praticamente o ano inteiro. Poderíamos
ter uma política, já existe uma Lei, que criasse um programa de incentivo – não
saiu do papel – para o uso da energia solar também como energia elétrica. Nós
temos uma emenda no projeto de lei da Ver.ª Mônica Leal que institui um
programa de energia solar fotovoltaica, ou seja, o uso da energia solar como
energia elétrica. Digo isso, e faço isso! No telhado do meu prédio tenho lá um
painel fotovoltaico, e já gero energia elétrica com a energia solar no meu
próprio apartamento. Já faço isso.
Mas antes de falar dos projetos, quero fazer um
registro, lamentando que no Edital que está em vigor, e que nós estamos
estudando para termos uma opinião mais geral – não é da prestação do mandato –,
e que no item 1.7, que fala dos BRTs, consta que os BRTs serão os
estruturadores da nossa mobilidade na Cidade, serão as linhas mais rentáveis.
As outras linhas alimentarão os BRTs, no entanto, se diz lá no edital que a
implementação do futuro sistema BRT poderá aumentar ou reduzir o objeto da
concessão ora licitada, ficando a sua operação a cargo dos licitantes
vencedores. É uma pena que o Prefeito José Fortunati tenha entregado os BRTs
para as empresas privadas, poderia ter a Carris ficado com esse modal. E,
vejam, pedimos que a licitação não fosse por 20 anos, e será por 20 anos.
É uma modificação profunda na nossa mobilidade
urbana, deveríamos sofrer uma modificação, e amarraremos por 20 anos;
entregaremos o filé do transporte coletivo para a iniciativa privada. É uma
pena.
Quanto aos projetos, o que institui o Fundo
Municipal de Gestão do Plano Diretor Cicloviário será votado na segunda-feira,
sendo o grande debate do momento, na nossa opinião, contrariando o projeto do
Executivo, que cria, também, o Fundo, mas retira a garantia principal, que é a
origem das multas. Um projeto de lei que cria um prazo de oito anos para a
execução do Plano Diretor Cicloviário – já se passaram quase cinco anos e temos
pouco mais de 20 quilômetros, por isso colocamos o prazo de oito anos. O
projeto que institui o Centro da Cidade sem os automóveis particulares, que já
estava previsto no PDDUA – Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental
quanto aos setores de mobilidade urbana, que seriam zonas de restrição de
veículos automotores, individuais, particulares – um projeto de lei que tramita
nesta Casa.
Uma sugestão, e não por ser de nossa autoria, mas
uma ideia simples e que deveria ser, no mínimo, testada pelo Município: a
flexibilização dos horários dos servidores públicos, que, aliás, já é feita,
Ver.ª Sofia, na PGE. Ficamos sabendo, há pouco tempo, que, quando o cidadão
entra na PGE, do Governo do Estado, já opta por um entre quatro horários
diferenciados. Isso quebra aquela lógica de que todo mundo tem que ir e voltar
do trabalho no mesmo horário. Então por que o Município não pega essa ideia e
testa, Ver. Tarciso, para ver se isso não pode ser feito?
A Sra. Sofia Cavedon: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, quero fazer só um comentário sobre
este tema, para mostrar a dificuldade. Ver. Marcelo, eu quero lhe parabenizar,
porque as suas propostas são inovadoras, criativas, vêm de um trabalho muito
dedicado, junto com uma base social – eu me orgulho muito do companheiro de
Bancada e das proposições que traz aqui, uma bela novidade para o Parlamento e
para a democracia. Para verem como é difícil, quero, aqui, já desafiar,
positivamente, as nossas colegas taquígrafas e os funcionários que trabalham na
Sessão. Nós estamos pensando em fazer uma Sessão à noite, e poderíamos,
perfeitamente, ter uma compensação de turno – num outro turno, os funcionários
não viriam. É difícil a reorganização da vida das pessoas! Mas acho que temos
que ser ousados para termos soluções para os problemas da Cidade e para
aprofundarmos a democracia. Parabéns!
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Vereadora,
apoiaremos esse projeto. E mais: eu vou, aqui, arriscar a já adiantar o que nós
estamos elaborando, em termos de ideias. Nós temos uma visão de que a Câmara de
Vereadores não pode, Ver.ª Lourdes, estar submetida a uma lógica cartorial. A
relegitimação do Parlamento passa por aqui ser o lugar da discussão dos grandes
temas da Cidade, e não uma função, simplesmente, de nomes de ruas, de honrarias
– não que isso não tenha a sua importância, mas tem que ser dado poder à
própria população de forma direta. Portanto, sessões noturnas são
saudáveis, permitindo que a população venha, e desprofissionalizar a função do
Parlamentar local. Eu vou citar o projeto de redução da velocidade em Porto
Alegre: aumentou em 82% o número de atropelamentos de 2012 a 2013 em função das
altas velocidades, muito nos corredores de ônibus; o fechamento da Av.
Beira-Rio: Olívio Dutra, quando Prefeito, fechou a Av. Beira-Rio nos finais de
semana, e Fortunati voltou a abrir – temos um projeto para reeditar o Decreto
do Prefeito Olívio Dutra. A educação para o trânsito nas escolas: sem
interferir na autonomia escolas, mas desde cedo a criança entender como é o uso
adequado da bicicleta, como se comportar no trânsito; alimentos orgânicos na
merenda: um processo gradativo de substituição de alimentos com agrotóxicos por
alimentos orgânicos; o Fundo Municipal dos Direitos da Mulher: mais um projeto
nosso ligado aos direitos humanos. A identificação da Guarda Municipal: também
outro projeto nosso, para que o guarda municipal tenha o seu crachá, a sua
identificação, com o tipo sanguíneo. O projeto dos animais domésticos em
ônibus, Ver.ª Lourdes: agora, graças ao fórum, podemos ter um espaço para
debater e buscar apoio para este projeto, já que o animal é um elemento de
humanização da Cidade, da criação de relações, é um projeto que deve entrar em
votação em breve. O projeto de produção e incineração de resíduos, um dos
primeiros projetos de lei nossos apresentado aqui na Câmara, ou seja, proibir
uma prática que já foi abolida em muitos países da Europa, não incineração, não
emissão de partículas no meio ambiente. O projeto quanto às árvores no lugar
dos postes: temos um projeto, já tem uma lei tramitando que obriga a retirada
dos fios, obriga o cabeamento subterrâneo, a retirada de postes e, no lugar, a
instalação de árvores. Então, existem muitos outros projetos, são 35 projetos,
devo ter falado, no máximo, de 10 ou 15, mas esses já refletem a cara de uma
proposta, de um mandato que quer ver uma Cidade que retome a escala humana, em
que a pessoa seja valorizada, e não as grandes velocidades, o fluxo, o
concreto, que se preserve o meio ambiente e que se retome, como eu falei, a
escala humana, uma cidade mais humana, que é o nosso slogan. Em 15 minutos, meu Presidente, não é possível fazer uma
prestação de um ano, mas dá para dar uma ideia de por onde mandato caminha.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Vereador.
Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 2820/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 316/14, de autoria do Ver. Alberto Kopittke, que
obriga as empresas responsáveis pelas máquinas de operações com cartões de
crédito e de débito a instalarem aplicativo denominado Botão de Emergência
nesses equipamentos.
PROC.
Nº 3051/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 344/13, de autoria do Ver. Alberto Kopittke, que
estabelece a sabatinagem prévia pela Câmara Municipal de Porto Alegre (CMPA)
como procedimento obrigatório para a investidura em cargo de presidente de órgão
da Administração Direta ou entidade da Administração Indireta do Executivo
Municipal e dá outras providências. Com
Emenda nº 01.
PROC.
Nº 0263/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 016/14, de autoria da Verª Séfora Mota, que
obriga estabelecimentos que comercializam peças de vestuário a dispor de, no
mínimo, 1 (um) vestiário acessível para pessoas com deficiência, mobilidade
reduzida ou obesidade.
PROC.
Nº 0470/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 036/14, de autoria do Ver. Waldir Canal, que
denomina Rua Antônio Rosito o logradouro público cadastrado conhecido como Rua
6048 – Loteamento Residencial Belvedere (Chácara das Nascentes) –, localizado
no Bairro Lomba do Pinheiro.
PROC.
Nº 0484/14 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 009/14, de autoria do Ver. Roni Casa da Sopa, que concede o Troféu
Câmara Municipal de Porto Alegre ao senhor José Alaor Vargas dos Santos.
PROC.
Nº 0491/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 041/14, de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que
denomina Viaduto Marcello Zaffari o equipamento público construído sobre a
Avenida Plínio Brasil Milano, na confluência com a Avenida Augusto Meyer e a
Avenida Carlos Gomes, localizado nos Bairros Auxiliadora e Higienópolis.
PROC.
Nº 0794/14 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 015/14, que cria o Programa de Apoio à
Recuperação Patrimonial das Pessoas Físicas Atingidas pelo Rompimento do Dique
Arroio Feijó (PRODIQUE) e dá outras providências.
PROC.
Nº 0857/14 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 016/14, que declara de utilidade pública o
Instituto Pró-Saúde (IPS).
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste.
Visilmente não há quórum.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 16h46min.)
* * * * *